Meu Cartão de Natal

08 dezembro 2010


    Mais um ano vai chegando ao fim, e como sempre, paramos para recolher as conquistas, as derrotas, e assim tentar encontrar novas soluções e novas formas de fazer no ano que virá.
    Esse ano aprendi muitas coisas, talvez alguns aprendizados eu tenha perdido pelo caminho, não sei, mas o que importa é que me permiti vivenciar coisas novas e me permiti aprender sobre coisas novas, ainda que os assuntos talvez fossem os mesmos.
    Tenho aprendido com a minha experiência de pai, que cada vez que imagino dominar as respostas, as perguntas já são outras, e por mais que eu me esforce para tentar antever um passo, a sensação e a textura do solo em que piso invariavelmente me surpreende.
    Aprendi muitas coisas sobre o amor, sobre a minha amada, sobre Deus. Aprendi que o amor é feito de demoras. O amor, diferente da paixão, se consolida no tempo, se fortalece nos defeitos e não nas virtudes e que o amor é um ato volitivo, consciente. A paixão é diferente. A paixão sufoca, é egocêntrica, é efêmera.
    A paixão não avisa, simplesmente chega. Toma conta de tudo, dos pensamentos, dos nossos afazeres. Deixamos de procurar os amigos, temos problemas no trabalho, no estudo. O mundo fica voltado para o objeto da paixão. Não enxergamos mais nada, não encontramos defeitos no amado, tudo é lindo, tudo é maravilhoso. Concluímos que, enfim, estamos plenos, estamos felizes porque encontramos tudo aquilo do que precisávamos.
    Porém, o amor romântico (paixão) das novelas não permanece, tem prazo de validade. Em algum momento precisamos voltar para o mundo real. Então, se não tomamos o decisão do amor, já era. Tudo se vai. O que era maravilhoso, se torna insuportável: o sapato no meio da sala, a toalha molhada na cama, o interminável passeio pelo shopping em busca do sapato perfeito, a demora para se arrumar na hora de sair. O amor romântico das novelas não é possível para humanos verdadeiros, que erram, que magoam, que decepcionam. A verdade é essa: em algum momento o seu amante/amado vai decepcionar você. Pode ter certeza disso. Não é por maldade, é por condição de seres humanos falíveis.
    Já o amor, esse sim é feito de demoras. O amor verdadeiro não tem relação direta com as virtudes do amado. O amor verdadeiro é aquele que decide amar os defeitos do amado. É aquele que, mesmo diante de tudo de ruim que alguém possa ter, consegue enxergar aquilo que é bom e que por vezes fica bem escondidinho.
    O amor é decisão, é atitude de querer amar. Como diz a música: “amor verdadeiro é querer amar”. Ao contrário do que se diz por aí, amor se escolhe sim. Eu escolho, eu decido querer amar. Eu decido dar valor àquilo que é bom. Eu decido amar o defeito do amado.
    Não busco amar pessoas perfeitas. Perdoem-me se acreditam nisso, mas preciso dizer que elas não existem. E, se você ainda busca a pessoa perfeita, lamento, mas não encontrarás. Porém, se você acha que já encontrou a pessoa perfeita, ou você ainda não pulou a fase da paixão, ou você já aprendeu a amar os defeitos do seu amado e por isso não se incomoda com eles.
    Deus faz isso. Deus decidiu nos amar. Ele conhece nossos defeitos, nossos erros, mas Ele decide nos amar mesmo assim. Mesmo que viremos as costas a Ele. Ainda assim Ele está lá, nos amando com a mesma intensidade, nos esperando com o mesmo sorriso e com os braços abertos, prontos para nos abraçar longamente.
    Nesse natal eu desejo amar dessa forma, desejo aprender a querer amar. Desejo aprender a amar assim como sou amado por Deus. Agradeço a Ele, pois tenho certeza que sou muito amado.
    Nesse natal, desejo que todos acolham o menino Jesus na manjedoura de cada coração. Como me disse a Mariana, quando brincávamos com o presépio lá de casa: “pai, Jesus mora no nosso coração, né?”. Que Cristo possa nascer nos nossos corações e que possamos permitir que Ele more em nossos corações, assim como a Mariana acredita. Que o Natal não seja do Papai Noel, mas que seja de Jesus Cristo. Que o natal não seja dos presentes, mas seja das famílias. Que o natal não seja do egoísmo, mas seja do amor.

Feliz Natal e um 2011 cheio de amor e bênçãos.

Advento - O que espero?

30 novembro 2010

Amigos

Os cristão estão vivento o tempo do Advento. Não sou um profundo conhecedor do tema, longe disso (portanto, me corrijam se falar besteira), mas sei que o advento marca o início do Ano Litúrgico para a igreja católica.

Advento, significa vinda, chegada. É essa expectativa da chegada de Cristo que celebramos nesse tempo. Percebam que não se trata de um Cristo que "veio" e nem um Cristo que "virá", mas um Cristo que "vem", no presente, todo dia. Deus é atual, é presente, Ele vem, Ele chega. Essa vinda é contínua, está ocorrendo agora. Deus quer vir nos encontrar e viver no meio de nós e quer permanecer em nós.

Se Deus vem, se Deus quer vir e me encontrar, eu pergunto: o que espero? Afinal, o que desejo, o que espero? O tempo de advento sem dúvida é um tempo de conversão, um tempo de buscar o encontro com esse Deus que vem até nós, que nos ama e que não desiste de cada um de nós. O advento é o tempo de penguntar, afinal, o que espero, de renunciar os caminhos que me desviam durante a jornada, que me tiram o foco do que realmente espero, que é Deus, que é um mundo de paz, um mundo de amor, de fraternidade, de justiça.

Para terminar deixo as palavras do Papa Bento XVI no último domingo, quando pedia aos fiés que aprendessem com Maria a viver os gestos cotidianos com um espírito novo, com o sentimento de uma expectativa profunda, que somente a vinda do Senhor pode preencher.

E você, o que espera?

I Acamps Casais de Porto Alegre

16 novembro 2010

Amigos,

Neste feriado eu e a Clarissa resolvemos nos permitir um (re)encontro com cada um e de nós dois com o nosso casamento. Foi isso que pra nós dois significou o acampamento: REENCONTRO. Foram vários os nossos reencontros, desde o pisar novamente na Fazenda Chaleira Preta, rever os amigos envolvidos com a obra, mas, o mais importante, tivemos a oportunidade de nos reencontrarmos com nossas próprias vidas individualmente e com nossa vida como casal. Tivemos a chance de nos confrontar com a nossa vida como casal, a nossa história de vida como casal.

De fato, foi um verdadeiro reencontro de fé, de amor conjugal, de significações, de objetivos. Aprendemos muito através do exemplo de outros casais que também estavam ali se permitindo entender, se permitindo partilhar, se permitindo viver cada etapa, cada momento.

Foram três dias de muitos "REs": reencontros; redescobertas, reavaliações; replanejamentos; retomadas; reversões; reafirmações. Aprendemos muito com a experiência de outros casais, mas, principalmente, aprendemos muito com a nossa própria experiência. Creio que aprendemos que as nossas vivências já não fazem mais sentido de ser analisadas apenas individualmente, apenas sob o ponto de vista meu ou dela. As nossas experiências e suas significações, seus efeitos na nossa vida e daqueles que nos cercam, só têm valor, só são de fato verdadeiras se forem soma, se forem unidade, se forem compartilhadas. Nossas vidas, nossos anseios, nossos objetivos e nossas realizações devem acontecer em uníssono. Na nossa vida de casal não há mais espaço para obejtivos antagônicos, realizações divergentes, caminhos paralelos ou opostos. O caminho a ser trilhado deve ser um só e devemos caminhar por ele de mãos dadas e com os olhos sempre voltados para Deus. Essa sem dúvida é a nossa receita da felicidade.

Gostaríamos de, através deste "post", agradecer a essas pessoas iluminadas, determinadas, desprendidas, amorosas, que fazem parte da equipe do acamps, que também deixaram suas famílias para estarem junto de nós, para viver conosco todas essas alegrias. Obrigado pelo carinho, pelo cuidado e pelo amor a nós oferecido.

P.S.: Hoje não assinarei sozinho. Hoje assino o "post" junto com o meu amor, com essa pessoa maravilhosa que vive a tanto tempo do meu lado (palavras de afirmação... hehehe).

Zuzu e Cla

"Santidade não é ser estranho; é ser humano, é ser feliz"

01 novembro 2010



De setembro pra cá, fiz dois shows com o meu compadre Grecco. Um bem light, na livraria nova, e outro mais encorpado no último sábado em Gravataí. Me chamou a atenção que nos dois shows o Grecco falou de santidade ao introduzir a música "Reina Sobre Mim". Interessante que ele falou coisas diferentes em cada um dos shows, mas sempre trazendo um sentido para o termo "santidade", que achei que valia a pena refletir aqui no blog.

Depois do que o Grecco falou, fui pesquisar um pouquinho, buscar as palavras do Pe Fabio de Melo, referidas por ele no show, pesquisar sobre a vida de Chiara Luce Badano, também referida por ele, assim como buscar também minhas impressões sobre o assuntos e tudo aquilo que me lembro ter ouvido sobre isso.

Lembro que sempre que ouvia falar em santidade ficava muito incomodado, pois a santidade pra mim sempre foi algo muito distante, meio impossível. Não conseguia enxergar pessoas como eu na condição de santos. Quando pensamos em santidade pensamos logo em perfeição. Não é isso? Eu pelo menos pensava assim. De fato, Jesus nos chama a sermos santos, mas para sermos santos não é preciso ser perfeito. Perfeito é algo já acabado, finalizado, que não precisa mais ser mudado. Esse conceito não fecha muito com a própria condição humana, que é exatamente caracterizada pela imperfeição, pela falibilidade. Foi aí que, no dia do show de lançamento do CD do Grecco, em que eu estava lá na Canção Nova com ele, escutei uma frase dita pelo Pe Fabio de Melo, mais ou menos assim: Santidade não é ser estranho; é ser humano, é ser feliz. Foi então que a idéia começou a "bater" diferente na minha cabeça. Se santidade é ser humano, não pode ser perfeição. Então, foi ficando claro, como bem disse o Grecco no show de sábado, que santidade é processo, santidade é testemunho, santidade é caminho diário, cotidiano, de conversão. Sim, santidade é processo de transformação do coração do homem para ser semelhante a Jesus. Santidade não é um fim em si mesmo, ninguém busca (ou não deveria buscar) a santidade apenas para ser santo. A santidade é o meio de voltarmos a ser imagem e semelhança de Deus. É um processo de evolução contínua, é ter consciência da própria fragilidade. Viver a santidade é trabalhar o que é frágil em nós, buscando ser melhor. O próprio processo da melhoria já é a vivência da santidade. O Felipe Aquino escreveu que nos santificamos pelos sofrimentos, pela vivência familiar como pais e filhos cumpridores de nossa missão; pelo trabalho realizado com amor. Ou seja, o processo de santidade é um processo de humanização, para ser mais santo é preciso ser mais humano.

Essa ideia traz outras transformações também muito interessantes em razão daqueles conceitos que tínhamos anteriormente sobre santidade. É só ver o que diz o Papa Bento XVI: ser santo é tarefa de todo cristão, de todo homem. Ou seja, a santidade é vocação universal. A santidade é para todos e não apenas para alguns "eleitos". A santidade como vocação do homem. O Papa João Paulo II também já havia se manifestado sobre isso: não tenhais medo da santidade, porque nela consiste a plena realização de toda a autêntica aspiração do coração humano.

Tudo bem, até aí tudo bem, mas, afinal, como fazer para viver esse processo, como afinal seremos santos? É simples, viver a santidade é viver a radicalidade do amor. Vejam que muitos confundem a palavra "radical" com exagero. Ser radical não significa ser exagerado, ser radical significa estar ligado à raiz, ou seja, é ser coerente. Para os cristãos, a raiz é Cristo, portanto, ser radical significa estar ligado a Cristo, seguir seus ensinamentos. É preciso a atitude de amor. É preciso amar ao próximo, mover-se em direção ao próximo. O ser humano não nasceu para ser sozinho, nasceu para partilhar, nasceu para amar, nasceu para ser feliz. Para quem viu o filme Na Natureza Selvagem (o qual já foi objeto de reflexão nesse blog), vai lembrar da frase que resume o filme: a felicidade só é verdadeira quando compartilhada. Portanto, santidade também é mover-se em direção ao outro, em direção ao amor e à felicidade.

É disso que trata a frase do Pe Fabio de Melo referida no início do texto. Não precisamos nos afastar do mundo para sermos santos, não precisamos deixar de fazer o que fazíamos para sermos santos, pelo contrário, precisamos é buscar a santidade naquilo que fazemos, no nosso trabalho, no nosso estudo, na nossa vida familiar, com nossos amigos. É a vivência humana e cotidiana, o caminho diário de conversão que me leva a verdadeiramente viver a santidade.

O que vocês pensam sobre isso?

Pilotando novas amizades

26 outubro 2010



No último domingo vivenciei uma experiência diferente. Fui auxiliar meu irmão na direção de provas de automodelismo em Portão. Estava meio receoso em ficar o dia inteiro olhando aqueles "carrinhos". Porém, como o Guto sempre falava do local e das pessoas, eu resolvi aceitar o convite.

É claro que o lugar é realmente maravilhoso, que as corridas são muito divertidas, que tudo é muito organizado, mas o que eu quero comentar não é sobre as corridas ou sobre os carros; quero comentar sobre as pessoas, sobre a forma com que se relacionam, a forma como me receberam.

Fiquei muito impressionado com a forma com que as pessoas que estavam envolvidas nas provas se relacionam. Em primeiro lugar, fui muito bem recebido por todos. Sabemos que grupos que se conhecem a bastante tempo e convivem muito tempo juntos, por vezes acabam sendo muito fechados e avessos a que pessoas estranhas ao seu mundo "invadam" o seu espaço. Lá não, todos me receberam como se eu fosse um velho conhecido.

Interessante observar que tudo se desenvolve em um ambiente muito familiar. Quando digo familiar, quero dizer que são as famílias mesmo que estão trabalhando juntas. Pais e filhos, esposos e esposas, namorados e namoradas, sendo que, da mistura dessas famílias todas, se constroi uma única família, com divergências, algumas discordâncias, como toda a família, mas, na maioria do tempo, em harmonia.

O mais interessante é que todos se ajudam. Por vezes alguém deixa de trabalhar no seu carro pra ajudar algum outro que está com um problema mais difícil de resolver. Um deles é piloto profissional, mas, ao contrário do que muitos poderiam imaginar, ele ajuda todo mundo a acertar melhor o seu carro, dá dicas, "bota a mão na massa". Ou seja, o importante não é chegar em primeiro lugar, mas que todos tenham condições de participar e se divertir. Claro que é um competição amadora e a maioria lá não vive disso, mas ainda assim competição é sempre competição.

Enfim, esse pessoal forma uma turma muito legal. Já conversei com a Clarissa e falei pra ela que, assim que der, eu quero levar ela e a Mariana pra conhecer o lugar e as pessoas.

As 33 sementes do Atacama

14 outubro 2010


Há 70 dias a esperança, a fé, a compaixão, a solidariedade, a fraternidade, o amor, foram semeados no solo árido do deserto de Atacama. Trinta e três sementes de amor, que por 69 dias foram aos poucos cativando os corações do mundo inteiro. O que parecia ser tragédia, acaba por se transformar em milagre de amor.

Para alguns mais um reality show, para mim uma demonstração clara da capacidade do amor humano e do amor divino trabalhando juntos na obra da criação de uma nova percepção do homem na escala da evolução. Os 33 do Atacama encerram a era do Homo Sapiens e celebram o nascimento do Homo Solidarietatis. Depois desse episódio a característica principal do homem deixa de ser a sapiência e passa a ser a solidariedade.

Solidariedade desses seis homens que estão na foto, capazes de enfrentar a incerteza do resgate e se colocar como vítimas, fazendo o caminho inverso da idéia do resgate, saindo do conforto da superfície movidos pela vontade de salvar outros soterrados na escuridão. Homens capazes de entregar a sua vida pela vida de outros homens. Como dizia a linda música da Ziza: "não existe amor maior / que a coragem de dizer / que um dia, se preciso for / dou minha vida por você".

As 33 sementes do Atacama floresceram nos corações do mundo inteiro e nos ensinaram o verdadeiro sentido do amor e a descoberta de uma nova humanidade, baseada na solidariedade, na compaixão, na fé, na esperança, no amor. Que esse jardim alegre continue gerando frutos para toda a eternidade.

Eleições (des)proporcionais

06 outubro 2010


Amigos,

Mais uma eleição nas nossas vidas. A festa da democracia, como dizem muitos. Tenho lá minhas dúvidas, mas tudo bem. A questão que tenho conversado com muita gente nessa semana é o nosso sistema para as eleições proporcionais, que costumo chemar de eleições (des)proporcionais. Um sistema capaz de eleger deputados federais com menos de mil votos, como no último pleito em que o Enéas levou meia-dúzia de "sabe-se-lá-quem-são" para a Câmara Federal. Esse ano fala-se muito no Tiririca, sua suposta "falta de estudo" e aqueles que, se aproveitando de seus votos, acabaram por ser eleitos.

No Rio Grande do Sul não é diferente. Manuela e o seu "e aí, beleza!" conquistaram quase meio milhão de votos, que foram capazes de eleger para a Câmara de Deputados um cidadão com pouco mais de 28 mil votos, enquanto candidados como Luciana Genro, por exemplo, com quase 130 mil votos, ficaram de fora. Aí eu pergunto: como explicar pra minha filha de 3 anos que a candidata que recebeu 130 mil votos não se elegeu, enquanto o que recebeu 30 mil está lá na lista de eleitos? Como farão as professoras primárias para explicar que matemática é uma ciência exata, se terão que explicar que 30 mil é mais que 130 mil? Como explicar que a escolha dos nossos representantes se dá pela vontade do povo através do voto? Será que a vontade daqueles 30 mil são mais valiosas que a vontade dos outros 130 mil? Será que aqueles que votaram na Manuela queriam votar também naquele outro candidato? Pois foi isso que fizeram ao votar na candidata da sua preferência. Como farei pra explicar aos meus amigos que me perguntam (pelo fato de eu ser advogado e supostamente saber interpretar as leis) o que significa o que está no parágrafo único do artigo 1º da Constituição da República, quando diz: "Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos"? Era vontade do povo eleger um deputado federal com 28 mil votos e não eleger um deputado federal com 130 mil votos? Não sei mais o que dizer. Estou muito confuso com isso.

O pior de tudo é que não dá pra esperar que isso mude tão cedo, pois aqueles que fazem as leis são exatamente os mesmos que se beneficiam desse sistema totalmente desproporcional.

Socorro! Alguém me ajude!

Oito anos do nosso sim

28 setembro 2010


Lá se vão oito anos
Oito anos do sim ao nosso amor
Oito anos de conquistas e derrotas
Oito anos de alegrias e também tristezas

O amor humano se dá assim
Cheio de contradições
Mas sempre cheio de esperança
Sempre cheio de entrega

Assim é o nosso amor
Eu e ela
Antes dois
Agora apenas um, juntos

A alegria do fruto
O presente divino do amor
Fortalece sempre estarmos junto
Amando, perdoando, mesmo na dor


Obrigado Clarissa por me suportar nesses quase dezesete anos de convívio e nos últimos oito anos de nosso casamento, desde aquele 28/09/2002. Estar junto de ti, com os olhos voltados para o alto, consagrando nosso amor e nossa vida juntos, já é pra mim motivo de imensa alegria e da certeza que sou sim muito feliz.

Te amo!

Anjo de amor

27 setembro 2010

O céu hoje está em festa
Pois mais um anjo retorna ao colo do Pai
O pequeno querubim que amou e se deixou amar
É recebido por um batalhão de anjos
Que de braços abertos o acolhem junto ao Pai

O menino anjo que cumpriu na terra
Uma missão curta, mas de muitos frutos
Capaz de em pouco tempo fazer
Com que uma verdadeira multidão
Voltasse os olhos novamente ao Pai

O anjo menino encheu os corações
Dos que estiveram ao seu redor
Do puro e sincero amor infantil
Cativou os outros anjos que ao seu lado estavam
E agora volta ao Pai para o descanso merecido

Vai anjo de paz!
Voa anjo de amor!
Encontra o colo do Pai
Ajuda a curar nossa dor

(Pro Luigi)

O dia da Mariana

14 setembro 2010



Amigos,

Em 14/09/2007, às 6h36min no Hospital Divina Providência em Porto Alegre, nascia a criatura mais importante na minha vida. Hoje celebramos 3 anos de sua vida. Esse dia é, pra mim, talvez o mais importante da toda a minha vida.

A paternidade é um processo muito interessante. É sempre aprendizado, pois todo dia as situações se renovam, as necessidades do filho se modificam, suas idéias e suas reflexões se desenvolvem, as perguntas mudam e a forma que recebem a resposta também. Um pai quando acha que aprendeu algo sobre ser pai, descobre que precisa aprender tudo de novo, pois as necessidades são outras. A paternidade é dinâmica e talvez seja isso a maior beleza da relação pai e filho: tudo é sempre novo e tudo é sempre construído por ambos, a cada dia, a cada momento.

Penso que já aprendi algumas coisas sobre mim mesmo ao longo da minha vida. Sei que tenho dificuldade no trato com as pessoas, que não sou uma figura simpática, que sou cabeça dura e que, apesar de tudo isso, tem uma quantidade razoável de pessoas que gosta de mim. O fato é que a Mariana é quem tem me ensinado sobre essas questões. Ela tem me mostrado até como lidar com essas coisas.

O que quero dizer a vocês, em resumo, é que ser pai é pra mim, sem a menor dúvida, a experiência de amor humano que mais se aproxima da experiência do amor divino. Não importam as minhas derrotas e meus fracassos pessoais, pois com a Mariana sou sempre vencedor e ser seu pai já é o maior sucesso da minha vida. Ser pai da Mariana é um experiência ainda mais bonita, pois ela é uma menina maravilhosa! É a coisa mais lindinha do pai!

Filha, feliz aniversário!

Guto e Maninho, duas grandes alegrias hoje!

06 setembro 2010

Hoje tenho que falar de duas pessoas que me dão alegria. Um é meu irmão Guto (esse gurizinho de gravata na foto comigo e com a minha mãe), que hoje completa 31 anos.

O guri sempre foi um pentelho, cabeça dura, teimosinho, mas no fundo tem um bom coração... hehehehe

É meu irmão mais novo. Quem tem um sabe como é. O nosso "saco de pancadas" preferido!

Guro, feliz aniversário meu irmão. Te amo.

Outro cara que me deu alegria hoje foi o meu queirdo amigo Maninho. Hoje, ao acessar o blog dele (o que faço quase todos os dias) descobri um blog renovado, textos novos e o mais importante, vi o Maninho inquieto que sempre aprendi a admirar. Essa foto aí dele diz muito do que gosto no seu trabalho. Um cara capaz de enfrentar multidões apenas com seu violão e assim tocar os corações de cada um, com seu jeitão tímido e até meio tosco, mas sempre muito preciso com a sua música e com sua mensagem de amor, tudo cheio de poesia e de sofisticação musical. Sou fã do Maninho e me alegro muito com essa nova disposição que ele vem demonstrando. Acessem o blog dele e se deliciem. O link está aí ao lado!

Salvem as baleias e os homens!!!

27 agosto 2010


Durante essa semana aqui no Rio Grande do Sul o assunto mais comentado foi a baleia Jubarte que encalhou no litoral norte. Vimos muita gente penalizada com a situação daquele animal, mesmo sem entender bem qual seria o motivo dela estar por aqui nessa época. Eu mesmo não entendo. Li que é uma rota para a Bahia. Alguns dizem que ela não está na idade de reproduzir, portanto não deveria estar por aqui. Outros ainda dizem que por vezes elas se retiram exatamente para morrer. Não sei bem e nem é este o motivo do meu post.

Na verdade tenho pensado muito sobre essas coisas e sobre as nossas reações frente a episódios como esse. A capacidade de mobilização de pessoas e recursos para "salvar" uma baleia nessa situação, o espaço na mídia que é reservado para fatos como esse e o sentimento das pessoas em relações a esses pobres animais que passam por situações como essa.

O que me incomoda é que não temos essa mesma capacidade de indignação e de mobilização quando o assunto é "salvar" homens. Somos capazes de assistir no dia-a-dia pessoas "encalhadas" nas esquinas, debaixo de folhas de jornal e caixas de papelão sem nem mesmo ficarmos incomodados. Por vezes até mudamos de rumo e atrvessamos a rua para não sentir o mau cheiro ou porque provavelmente se tratem de bandidos prontos para levar as nossas coisas, o nosso patrimônio.

Fico pensando. Por que não somos capazes de reagir contra o fato de todo o dia encontrarmos milhares de homens, mulheres e crianças "encalhadas" nas esquinas de nossas vidas? Por que não temos manchetes nos jornais todos os dias? Por que não somos capazes de rapidamente mobilizar pessoas e dinheiro para a missões de salvar homens? Não são eles nossos irmãos? Não devemos amar o próximo? Não são estes nosso próximo?

Não sei bem o que fazer e como fazer, mas creio que precisamos pelo menos começar a discutir esse assunto. Não dá mais pra conviver comigo mesmo, amar minha mulher, minha filha, meus amigos e ao mesmo tempo desprezar outros seres humanos e aceitar que sejam tratados sem nenhuma dignidade, sem nem mesmo compaixão. Me ajudem, digam algo!

Para os Pais

03 agosto 2010


Amigos


Estou aqui pensando sobre o significado da palavra pai. A minha idéia não é falar da etimologia da palavra, mas, como de hábito, fui procura-la no "amansa burro" e acabei me deparando com definições que creio importante para a compreensão do real sentido de ser pai. Vejamos:

- "Homem que deu ser a outro". Aqui já logo de início há uma definição que pra mim já diz muita coisa. Pai é aquele capaz de doar o seu ser por outro, doar-se por completo para que o outro seja, doar-se por completo pelo/para o outro;

- "Aquele que exerce as funções de pai". Ou seja, para ser pai, não basta ceder a sua carga genética, não basta dar ser a outro apenas biologicamente falando. Para ser pai, é necessário o exercício de suas funções, é necessário agir como pai, é preciso amar como pai;

- "Designação bíblica da divindade, com relação a toda a criação, esp. ao homem.".

Portanto, da análise dessas três definições do dicionário (existem outras tantas) podemos afirmar sem medo que ser pai é tanto uma "função" tipicamente humana como também tipicamente divina. A paternidade é, nesse sentido, juntamente com a maternidade, uma forma totalmente humana de experimentar algo totalmente divino.

Ser pai é compreender, mesmo que de forma inefável, as possibilidades do amor de Deus, que, de fato, não conhecem limitação alguma.

A paternidade é experimentada quando contemplamos o filho dormindo, quando respiramos o perfume peculiar que se desprende da pele do filho ou mesmo quando ao chegar em casa, ainda na dobrando a esquina, deparamo-nos com a alegria de uma criança correndo de braços abertos e gritando: "pai, paipai! O meu papai chegou!". Também experimentamos a paternidade nos momentos de dor, na hora da angústia, do medo da bruxa ou do lobo mau.

Ser pai é assim, é algo visceral, humano demais, porém, é também experiência do eterno, do divino, de Deus.

Quando nos tornamos pais, passamos a compreender melhor os nossos próprios pais e ao mesmo tempo, nos compreendemos também melhor como filhos. Quero ser pai e quero ser filho, de maneira a experimentar a humanidade e a divindade que das duas condições decorrem, e quero junto do meu pai e da minha filha, experimentar o amor que Deus nos oferta.

Que nesse dia dos pais que se avizinha, todos os pais e filhos sejam capazes de experimentar a beleza desse amor, e que sejam presença do amor de Deus uns na vida dos outros, para que também sejam presença de Deus para toda a humanidade.

O texto que coloco abaixo é lindamente proclamado pelo Pe Fábio de Melo em seu CD "Vida", e diz muito sobre as minhas reflexões sobre a paternidade.

Feliz dia dos Pais

Luis Felipe Colvara

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Deus é Pai (Poema)

Composição: Fábio de Melo

Quando o sol ainda não havia cessado seu brilho,
Quando a tarde engolia aos poucos
As cores do dia e despejava sobre a terra
Os primeiros retalhos de sombra
Eu vi que Deus veio assentar-se
Perto do fogão de lenha da minha casa
Chegou sem alarde, retirou o chapéu da cabeça
E buscou um copo de água no pote de barro
Que ficava num lugar de sombra constante.
Ele tinha feições de homem feliz, realizado
Parecia imerso na alegria que é própria
De quem cumpriu a sina do dia e que agora
Recolhe a alegria cotidiana que lhe cabe.
Eu o olhava e pensava:
Como é bom ter Deus dentro de casa!
Como é bom viver essa hora da vida
Em que tenho direito de ter um Deus só pra mim.
Cair nos seus braços, bagunçar-lhe os cabelos,
Puxar a caneta do seu bolso
E pedir que ele desenhasse um relógio
Bem bonito no meu braço
Mas aquele homem não era Deus,
Aquele homem era meu pai
E foi assim que eu descobri
Que meu pai com o seu jeito finito de ser Deus
Revela-me Deus com seu
Jeito infinito de ser homem.

Blog do Luciano

27 julho 2010


Pessoal, recomendo uma olhadinha no Blog do Luciano. http://lucianohornungthomazi.blogspot.com/. Lá tem uma página especial dedicada à Banda Alma. Legal, tem fotos tiradas do fundo do baú. Olhem lá.

O Luciano é um daqueles cara especiais que passam pela vida da gente. Na verdade esse "passam" é uma figura de linguagem, pois ele chega e fica, mesmo que a gente fique distante fisicamente.

Imaginem um cidadão dos seus dois metros de altura e cento e poucos quilinhos, com essa carinha de "xingar a mãe" que vocês podem conferir na foto de cima. Imaginaram? Então agora "desimaginem", pois na verdade esse é um dos caras mais sensíveis e amáveis que eu já vi. A aparência é de animal feroz, mas não passa de um fofinho ursinho de pelúcia.

O Luciano é aquele "tipinho" de pessoa que eu falava no texto sobre amizade. Um cara que está longe, mas a gente sente perto. Um cara que é capaz de te olhar no olho, de cara feia e te "encher de osso" se for preciso, pois sabe que precisas saber que estás agindo mal. Ou seja, o Luciano é uma pessoa tipicamente enquadrada na categoria de AMIGO.

Abraço Luciano, maravilha tem Blog, só falta colocar a possibilidade de comentar. Eu gosto de comentários. hehehehehe

Dia dos meus amigos

20 julho 2010


Hoje fui surpreendido logo pela manhã com muitos abraços e desejos de um feliz dia do amigo. Fiquei contente, é claro, mas comecei a pensar: afinal, o que significa ser amigo de alguém? E mais: quem são os meus amigos?

Tenho essa mania de ficar tentando encontrar significados para as coisas, tentar entender tudo que vejo, o que ouço, o que sinto. Nem sempre é possível. Confesso até que são poucas as vezes que consigo, com clareza, determinar os significados e identificar as suas consequências na minha vida.

Pensei em muitas pessoas e no que significam pra mim, na minha vida, na minha história. Lembrei de muitas coisas que já li ou já ouvi sobre este assunto. Lembrei dos livros e dos filmes que assisti. Fiquei aqui destrancando baús escondidos em todo canto do que eu sou.

De cara defini algumas coisas: 1) não me parece que os amigos são aqueles que me dão tapinhas nas costas, os que concordam sempre comigo, os que me "jogam confete"; 2) o fato de que alguma pessoa tenha me dito algo difícil e doloroso de aceitar não necessariamente o retira da condição de meu amigo; 3) é muito possível (até provável) que alguém seja capaz de brigar comigo com a intenção de me encaminhar para a felicidade; 4) critérios matemáticos, como por exemplo, o tempo não são determinantes para o significado da amizade.

Foi então que lembrei de uma frase, acho que foi dita pelo Padre Fábio de Melo, mas posso estar enganado. Dizia mais ou menos isso: "amigo não é aquele que te ampara na desgraça, mas aquele que suporta a tua felicidade". Não tenho bem certeza do que realmente penso sobre essa frase, mas preciso aceitar que algumas coisas realmente fazem sentido. É perfeitamente possível aceitar que alguém (a menos que acometido de alguma patologia que afete à psique) ao ver o sofrimento alheio, mesmo que seja seu inimigo, seja capaz de compadecer-se do seu sofrimento. Porém, me parece, em princípio, que o inimigo realmente não é capaz de suportar a felicidade de seu oponente. Assim, em uma primeira leitura, o argumento me parece aceitável.

Lembrei também de um filme que assisti (Na Natureza Selvagem) em que um jovem desiludido com os homens (seres humanos) resolveu se isolar do mundo. Porém, por mais estranho que possa parecer, a sua jornada até o isolamento na verdade o fez se tornar cada vez mais próximo da humanidade, sendo que seu legado foi a seguinte frase: "a felicidade só é verdadeira quando compartilhada".

Dessa forma, comecei a compreender algumas coisas importantes para encontrar o tal significado da amizade: amigo deve ser alguém capaz de ser verdadeiro comigo o tempo todo, mesmo que isso signifique ter que me dizer coisas desagradáveis aos meus ouvidos; amigo deve ser alguém que se felicite com a minha felicidade; amigo é aquele que é feliz porque sou feliz, pois compartilhamos essa felicidade.

Não sei bem ao certo determinar o significado de ser amigo, mas também aprendi que sei bem sentir ser amigo.

Portanto, meu amigo, espero ser na tua vida alguém capaz de enfrentar os momentos de tormenta, não apenas lhe afagando, mas remando ao seu lado. Espero estar presente nas tuas conquistas, celebrando contigo e compartilhando a tua felicidade.

Para nós, um feliz dia do amigo

Site da minha amiga Poliana

15 julho 2010


Amigos,

Desculpem eu estar postando tão pouco, mas é que ando meio atrapalhado com o meu tempo. Tudo muito corrido. Como vocês não tem nada pra ler porque não posto nada por aqui, aproveitem para visitar o site dessa guria linda e cheia de talento. A Poliana é uma ótima cantora e compositora. Visitem o site dela e se deliciem.

O Filosofar infantil

27 maio 2010


Engraçado como as pessoas têm dúvidas sobre o que é Filosofar. Eu mesmo as tenho e acredito que inclusive algumas pessoas consideradas filósofos não estão bem certos do que é. Será que estou errado?

Pois bem, ando pensando que Filosofar é uma característica essencial do ser humano. Fazemos isso reiteradas vezes, principalmente na infância. Filosofar é uma forma da criança compreender o mundo, formar conceitos sobre as coisas, compreender a realidade. O problema é que nós, pais, acabamos não sabendo valorizar muito essa característica e, por vezes, até acabamos por travar esse processo, por preguiça talvez, por falta completa de paciência, ou simplesmente pelo fato de sermos os grandes conhecedores da "verdade" sobre todas as coisas.

Tenho vivido isso com a Mariana. Ela está entrando na fase do Filosofar. A técnica filosófica me parece ser inata. A criança passa o tempo inteiro buscando apreender concretamente os nexos entre o conhecimento e a realidade. Faz isso desde quando ainda nem sabe falar ou engatinhar.

A Mariana está começando a perguntar sobre tudo. Por que isso? Por que aquilo? Nunca uma explicação basta, sempre há um novo porquê. Os conceitos vão sendo construídos através desse cem número de porquês.

O que é a Maiêutica Socrática se não o comportamento de uma criança? Fico imaginando o que fez o pai de Sócrates quando ele apresentava suas questões e construia seus conceitos. Será que simplificava as respostas ou simplesmente "dava" o conceito pronto ou se permitia construir novos conceitos com seu filho? Me perece que a segunda hipótese, pois Sócrates seguiu utilizando o mesmo método infantil, tornando-se um dos mais importantes Filósofos da história.

Outra característica fundamental que as crianças aprensentam no seu processo de Filosofar é que não têm pré-conceitos que atrapalhem a construção de novos conceitos e de formas novas de observar a realidade. Creio que é aí que os pais têm papel fundamental, pois devem encorajar seus filhos a procurar compreender o mundo não apenas através de conceitos pré-concebidos. Precisamos libertá-los desse jugo das idéias prontas.

E viva a liberdade de pensamento.

Será que enlouqueci? Digam aí!

Dia das Mães

06 maio 2010

Domingo é o Dia das Mães, como se fosse necessário indicar um dia para que as mães fossem homenageadas. Conhecemos bem a mentalidade comercial que institui esse tipo de datas. Eu resolvi não mais brigar com essas coisas, mas fazer uma limonada doce desse limão amargo. Me dei conta que realmente a gente até precisa de datas como essa, pois esquecemos de dizer o que pensamos para aqueles que amamos e nesse dia a gente acaba lembrando.

Quando penso em falar de mãe, penso nas três mães que realmente fizeram e fazem diferença na minha vida: minha mãe Sandra, Clarissa minha esposa e mãe da minha filha e a nossa mãe Maria.

Não há como falar de mãe sem confundir no texto a palavra mãe com a palavra amor. As mães aprendem - se ainda não sabiam - o real sentido da palavra amor desde o dia em que descobrem a sua gravidez. As mães, primeiro que todos os outros, compreendem o significado do princípio da não-contradição de Aristóteles. Santo Agostinho tratou desse princípio sob o olhar da justiça quando disse que: não é possível ser justo comigo mesmo se sou injusto com o outro. Eu diria que as mães compreendem esse princípio através do amor. As mães diriam: não é possível amar a mim mesma se não amo o outro. Alguma mãe aqui ao descobrir sua gravidez não aprendeu a se amar mais na mesma medida que amou seu filho? Estou contando alguma mentira aqui?

Só as mães são capazes de amar a imperfeição e os defeitos de seus filhos sem qualquer tipo de reserva. Têm duvida disso? Experimentem ir até o presídio em horário de visitas e verão as mães dos presos por lá, afagando-lhes os cabelos, abrançando-lhes com carinho. Quando alguém está condenado pelo mundo, desprezado pela humanidade são as mães que estão por lá para oferecer um olhar, um carinho.

O filho chega até sua mãe sem riqueza, sem sucessos, sem títulos. As mães amam seus filhos pelo que são e não pelo que têm. Esse é o grande lagado das mães para a humanidade.

Minha mãe não podia mais falar, não tinha controle sobre seu corpo, mas ainda assim era capaz de me olhar com aquele olhar amoroso que embala o filho desde o primeiro dia de vida. O olhar de minha mãe me fez olhar para minha filha nos seus primeiros dias de forma diferente. Entendi que para o amor as palavras não são necessárias. Não precisava ouvir de minha filha um "eu te amo papai", pois o amor transcende a palavra, o amor é amor simplesmente.

Tudo isso é verdade, mas também é preciso vigiar e tomar cuidado para que não façamos coisas ruins em nome do amor, com boas intenções e poucas reflexões. São Tomás de Aquino disse que um ato só é humano se for livre. Pois bem, o amor das mães então deve ser um amor libertador, que encoraja o filho a espalhar esse amor pelo mundo e não aprisiona-lo apenas para satisfazer a sua necessidade de se sentir bem. O desafio dos pais da pós-modernidade é dar espaço aos filhos para amar, para dar e não apenas receber. Não há como ser feliz sem a experiência da entrega.

Algumas mães têm, por vezes, um certo medo de errar, medo de não estar fazendo certo, medo de que seus filhos não se tornem boas pessoas. É aí que entra a terceira mãe da minha lista, que bem poderia ser a primeira da lista: Maria. Mães, se querem saber o que fazer para ser uma boa mãe, voltem seus olhos para os olhos de Maria. Amem como Maria e não terão chance de errar.

Se você não é mãe, mas é filho, vá até sua mãe, abrace ela bem forte, diga o amor que tens por ela, fale sobre seus sentimentos com ela, ame a sua mãe e deixe-se amar por ela. Se sua mãe não está mais por perto, como no meu caso, lembre-se dela com carinho, divirta-se com as histórias que ela contava, a saudade é a melhor forma de manter alguém vivo dentro de nós.

Se você é mãe, abrace seu filho, ponha ele em seu colo como fazia na infância, beije o rosto, afague seus cabelos, cante uma música de ninar, fale pra ele do seu amor.

Essa é a cura para todos os males da humanidade. Sejamos todos nós ministros desse amor.

Desejo a todas as mães, em especial à Clarissa, um feliz e abençoado dia das mães.

As crianças e a sua imensa capacidade de congregar

28 abril 2010



É incrível do que são capazes essas pequenas criaturas. As crianças tem dentro de si essa imensa capacidade de congregar. A partilha é como um impulso de sobrevivência das crianças. Tenho a impressão que essa conduta realmente aponta para o fato de que nascemos para compartilhar e aí lembro da frase deixada pelo jovem Christopher McCandless, que morreu sozinho no Alasca, cuja história é brilhantemente retratada no filme Na Natureza Selvagem: "A felicidade só é verdadeira se for compartilhada".

As crianças da escola da Mariana acabaram pregando uma peça em nós, pais. Um dos colegas, o Felipe, a muito tempo convidava, na hora da saída da escola, todos os colegas para comer pizza na casa dele. Era um convite insistente pra todos os colegas e também para os pais. Aos poucos ficou claro que teríamos que nos reunir para comer pizza na casa do Felipe. Pois bem, isso aconteceu no dia 24/04/2010. Foi um dia festivo. As crianças se divertiram e montaram cada um a sua própria pizza para depois comermos, todos juntos: pais, colegas, irmãos dos colegas, professoras e suas famílias. Todos juntos, reunidos como se reunem as famílias nos domingos.

Engraçado as lições que recebemos desses pequeninos. Imaginem que estávamos todos lá. Um bando de pessoas que provavelmente nunca iriam se conhecer. Cada um diferente do outro. Cada um vivendo a sua vida, com suas famílias, com seus trabalhos. Vivendo vidas muito diferentes, com interesses muito diferentes.

Pois bem, ali naquele momento, algumas pessoas que nunca haviam trocado nem mesmo uma palavra estavam reunidas em comunhão, em harmonia, ligados pelos laços trançados por seus filhos. Crianças de dois anos de idade ensinando seus pais que o amor humano não depende de outra coisa a não ser o fato de sermos seres humanos. Não importa o nome que temos, a profissão que atuamos, a fé que professamos, os bens que acumulamos. Nada disso importa pela perspectiva do amor. Amar não depende do que temos. Para o amor só importa o que somos.

Obrigado a vocês crianças: Felipe, Mariana, Betina, Gigi, Vitor, Pedro, Carol, Murilo, Renan. Obrigado por nos ensinar a simplicidade e a beleza do amor.

Por que as crianças não têm direito à música boa?

13 abril 2010



Engraçado! Eu e a Clarissa estávamos, ontem, comentando como as crianças de hoje têm dificuldade de ouvir música infantil de boa qualidade. Não há mais música infantil de boa qualidade sendo feita nesse país, pelo menos não tem nenhum tipo de apelo de mídia.

Lembro que tínhamos essa obra prima do Chico Buarque que coloco a capa do LP aí em cima: "Os Saltimbancos". Uma história fascinante de quatro animais maltratados e desprezados por seus donos, que resolveram se unir e ir pra cidade grande formar uma banda. As músicas são maravilhosas: "au, au, au, iaicó. Miau, miau, miau, cocorocó. O animal é tão bacana. Mas também não é nenhum banana". Lenbram disso?

Lembro dos LPs da "Arca de Noé" do Vinicius de Moraes. "Casa de Brinquedos" do Toquinho. Existiam grupos de crianças cantando músicas para crianças, vejam só: Balão Mágico, Trem da Alegria. Era muito farta e de qualidade a produção musical para o público infantil.

Não sei bem o que houve, mas me parece que de repente alguém resolveu que criança não precisava de música inteligente, de poesia. Qualquer coisa valia. Qualquer porcaria. Tivemos por aí que aguentar a voz insuportável de "rainha" dos baixinhos e suas ajudantes "gostosas" que também não cantavam nada. Angélicas, Maras Maravilhas, etc.

Hoje em dia está muito complicado. Temos aqui no Rio Grande do Sul o Beto Hermann com boa música. Tem o Palavra Cantada do Paulo Tatit e Sandra Peres que tem músicas geniais. Helio Zinskind e suas músicas bem brasileiras do Cocoricó, cantadas por galinhas bem caipiras que vivem em um pequeno sítio no interior do Brasil.

É que saudades da boa MIB - Música Infantil Brasileira! Vocês não sentem isso? Concordam? Lembram de mais alguma coisa interessante que não citei? Digam alguma coisa!!!

Mãos Talentosas

05 abril 2010



Neste final de semana veio até minhas mão um filme realmente encantador. Não é um filme excepcional por sua beleza cinematográfica. A beleza do filme, na verdade está naquilo que não é do filme. Quero dizer que o mais belo do filme não a ficção. O mais belo do filme é que a história que foi contada é uma história real, são pessoas reais e como me alegrou conhecer aquelas pessoas reais.

Sem dúvida alguma a história do Dr. Ben Carson, um grande neurocirurgião pediátrico, que com poucos anos de trabalho já tinha sido o primeiro médico a conseguir sucesso na cirurgia de separação de irmãos siameses unidos pelo crânio, é uma história por si só muito interessante e inspiradora. É claro que o fato de ser um cara humilde, simpático, carismático, mesmo depois de ser considerado o maior no seu ofício, deixa a sua história ainda mais bonita. Porém, a figura que mais me chamou atenção foi a mãe dele.

A mãe é realmente uma pessoa impressionante. Pobre, analfabeta, negra, abandonada pelo marido, mãe de dois filhos adolescentes. Ou seja, o cenário ideal para que essas crianças fossem marginalizadas, buscassem as drogas e quem sabe partissem para o crime. Não com essa mãe. Está certo que ela era analfabeta, mas não era burra. Incentivou sempre seus filhos a estudar a aprender. Ensinou-lhes a importância disso tudo. Foi firme quando preciso. Quando seu filho Ben estava mal na escola, soube prestar atenção nele e descobrir que seu problema era a falta de um óculos e não outra coisa.

O momento decisivo talvez tenha sido o dia que foi trabalhar em uma casa que tinha uma biblioteca enorme. Percebeu que a televisão estava escondida atrás de uma piha de livros e resolveu perguntar ao patrão se este tinha lido todos aqueles livros. Ele respondeu que quase todos. Ao chegar em casa, vendo seus filhos na frente da TV a desligou e deu-lhes a seguinte ordem: vocês perdem muito tempo na frente da TV. Daqui pra frente poderão ver apenas dois programas selecionados por semana e somente após terem feito o dever. Além disso terão que ir na biblioteca e ler dois livros por semana e apresentar um texto escrito sobre o que leu. Foi assim que os seus dois filhos começaram a ter gosto pela leitura e pelo aprendizado.

Duas frases daquela mãe me impressionaram muito. Ao encorajar seu filho que se imaginava inferior aos outros ela dizia mais ou menos assim: "você pode fazer tudo que os outros fazem, mas só você pode fazer melhor". A outra frase que dizia era também maravilhosa: "você tem o mundo inteiro dentro da sua cabeça, você só precisa enxergar além do que vê". Foi ouvindo essa frase que o Dr. Carson solucionou o problema que tinha para fazer a cirurgia dos siameses.

Vejam o filme e depois me contem alguma coisa.

O grande momento do cristianismo

01 abril 2010

Luís Felipe Colvara - 01/04/2010
Por esses dias em Jerusalém, Jesus reuniu seus amigos para a refeição. Sentaram para partilhar o pão, partilhar as palavras que soavam em seu coração. Antes de qualquer coisa, Ele, em silêncio, levantou-se, tomou uma bacia com água e uma toalha e um a um foi lavando-lhes os pés. Ensinou aos seus amigos sobre a humildade, ensinou-lhes que devemos cuidar dos nossos amigos, inclusive servindo-os.

Começaram a conversar, porém, era Jesus que falava mais, pois todos estavam admirados com suas palavras. Nem todas as palavras eram alegres. Houve um momento em que Jesus anunciou que alguém o trairia, dizendo para que ele os deixasse para que fizesse logo o que precisava fazer.

Em seguida todos levaram um susto, não entendiam bem o que Ele falava. Parecia ser um despedida, mas afinal para onde ele iria? Por que não podiam segui-lo? Estavam dispostos a dar a sua vida por Ele! Jesus então pediu que não se perturbassem. Disse-lhes que cressem em Deus e também Nele, pois Ele ia ao Pai, mas lá prepararia um lugar para todos os que o amassem e que voltaria para que fossem para a nova morada junto Dele. Ensinou-lhes que Ele é o caminho, a verdade e a vida. Ensinou-lhes que o caminho do Pai deveria ser percorrido através Dele, pois quem o conhecia também conhecia o Pai. Ensinou-lhes sobre a eternidade. Prometeu-lhes que não ficariam sozinhos, pois os enviaria o Espírito Santo, mas avisou-lhes que o caminho não seria fácil, pois o mundo provavelmente já os odiava, assim como odiava a Ele.

Em seguida, ensinou-lhes o seu grande mandamento: "amai-vos uns aos outros, como eu vos amo. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos".

Jesus lhes falava que em pouco tempo não o veriam mais, mas também em pouco tempo já o veriam novamente. Eles não entendiam muito bem algumas coisas que Ele dizia, mas aos poucos Jesus ia sendo mais claro e não os ensinava mais por comparações ou parábolas, mas lhes dizia as coisas abertamente para que quando acontecessem eles acreditassem.

Depois de dizer a seus amigos tantas outras coisas, levantou seus olhos aos céus e orou ao Pai. Pediu por si e rogou por seus amigos.

Após a refeição, Jesus foi com seus amigos para um jardim. Em pouco tempo chegaram os guardas com lanternas e tochas. Jesus não esperou que perguntassem e, como se já soubesse o que aconteceria, indagou a quem procuravam. Quando disseram que procuravam Jesus de Nazaré, respondeu que era ele a quem procuravam e que deixassem os outros irem embora. Conteve Pedro com sua espada e deixou que o levassem preso.

Levaram Jesus a Anás, Caifás e a Pilatos. Todos o interrogaram. Pilatos então, ao não encontrar crime algum em Jesus, mas, como era de costume na Páscoa, perguntou se os judeus queriam que o soltasse, porém, todos gritaram que preferiam que Barrabás fosse solto. Pilatos então mandou flagelar Jesus.

Foi então que Jesus sofreu na carne. Jesus foi castigado como talvez nenhum homem seria capaz de suportar. Jesus suportou em sua carne por cada um de nós. Ele recebia ali todo o sofrimento da humanidade, pois Ele escolheu suporta-lo por nós.

Jesus carregou a sua própria cruz para fora da cidade em direção ao calvário. Lá foi crucificado, junto com outros dois. Aos pés da cruz estava a sua mãe. Jesus tinha sede. Os soldados lhe deram vinagre em uma esponja.

Nesse momento, Jesus disse: "tudo está consumado". Jesus inclinou a sua cabeça e rendeu seu espírito.

José de Arimatéia, pedindo autorização a Pilatos, tirou Jesus da cruz e envolveu-o em panos com os aromas de uma mistura de mirra e aloés, como os judeus costumavam sepultar. Depositaram o seu corpo em um sepulcro novo em um jardim que havia por ali.

No domingo, Maria Madalena foi ao sepulcro, viu a pedra que o fechava removida. Foi logo dizer a Pedro que haviam tirado Jesus de lá. Pedro e outro de seus amigos correram para o sepulcro. Ao chegar lá viram os panos no chão. Viram também o sudário que estava sobre a cabeça de Jesus. Não estava com os panos, mas enrolado em um canto. Eles ainda não haviam entendido bem que se tratava da ressurreição de Jesus e voltaram para suas casas. Maria continuava por ali, chorando fora do túmulo. Então ela resolveu entrar e enxergou dois anjos que perguntaram por que ela chorava. Disse-lhes que era porque tinham levado Jesus. Então, ela viu Jesus de pé, mas não o reconheceu, imaginando que talvez fosse o jardineiro. Inclusive implorou a ele que dissesse pra onde tinham levado Jesus para que fosse busca-lo. Jesus falou com ela e ela o reconheceu. Então Jesus mandou que ela fosse contar aos seus amigos.

Os amigos de Jesus tinham muito medo dos judeus, e por isso estavam todos trancados em uma casa. Jesus então veio até eles dizendo: "A paz esteja convosco". Seus amigos se alegraram ao vê-lo. Então Jesus disse: "Como o pai me enviou, assim também eu vos envio a vós". Depois, soprou sobre eles dizendo: "recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; aqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos".

Essa história aconteceu realmente a mais de dois mil anos. Talvez não exatamente como descrevi, mas o que importa é que nessa Páscoa, reconheçamos que Jesus morreu na cruz por nós, para nos salvar, para redimir os nossos pecados. Morreu na cruz por amor a cada um de nós especialmente. Jesus se entregou na cruz por amor. Mas não foi só isso. Não acabou por aí. Jesus venceu a morte. Jesus ressuscitou e está ao nosso lado, vivo, preparando a nossa morada para a vida eterna. Esse é o grande momento da humanidade, pois Jesus se fez homem como nós, viveu ao nosso lado, sentiu como homem, sofreu como homem. Jesus quis estar conosco e se fazer homem como nós e viver ao nosso lado para mostrar a nós quão grande é o seu amor por cada um. Ele foi capaz de entregar sua vida por mim, por ti e por todos. Jesus venceu a morte.

"O ressuscitado vive entre nós, amém, aleluia!"

O espetáculo da miséria humana

29 março 2010


Nos últimos dias tenho refletido muito sobre as reações humanas. Mais especificamente, a questão do momento é o "caso Nardoni" e tudo que isso tem despertado em mim.

Na semana passada resolvi prestar atenção em algumas coisas que ocorriam em torno daquele julgamento.

Sempre, quando falo sobre o amor, digo que amar aqueles que me amam, aqueles que estão próximos é muito fácil, mas que o difícil, o que preciso buscar a cada instante, é amar a quem não quero do meu lado, pra usar uma expressão já utilizada na poesia do Pe. Fábio de Melo. Ou seja, amar os "odiáveis". Não foi assim que Cristo ensinou? Não foi assim que ele amou?

O meu interesse aqui não é falar de questões técnicas, se deveriam ou não ser condenados. Quero falar sobre o que vi das pessoas com faixas e cartazes madrugada a fora em frente ao Foro. Quero entender por qual razão as pessoas parecem ter algum tipo de prazer nesse tipo de situação. Por qual razão as pessoas gostam tanto de sangue? Até se divertem com a desgraça de famílias destroçadas por situações como essa.

Não vi ali apenas pessoas interessadas no julgamento, fiscalizando as ações da Justiça, se certificando de que o julgamento era sério. Vi ali pessoas preocupadas em aparecer na TV, rindo, brincando e se divertindo com aquele "espetáculo".

O que faz o ser humano agir dessa forma? Por vezes tenho a impressão que se tivéssemos a pena de morte, faríamos as execuções em praça pública, com foguetórios, carrocinhas de algodão doce, lugares marcados, área VIP, shows musicais.

Será que não há mesmo compaixão? Será que não há mesmo respeito pelos familiares, tanto da vítima, quando dos acusados? Será que continuaremos a tratar das misérias da nossa sociedade como se fossem novelas Globais? Será que serei capaz de amar os condenáveis? Será que conseguirei amar essas pessoas que foram condenadas? Será que conseguirei amar essas pessoas que estavam em frente ao Foro? Será que continuaremos a gritar: "crucifica-o, crucifica-o!!!"? Será que Jesus continuará tendo que se entregar na cruz para salvar os mesmos que pedem a sua morte? Será?

Espero poder aceitar a ressurreição de Cristo em meu coração. Espero aprender com ele a amar as pessoas que tenho dificuldade até de olhar nos olhos. Espero aprender a me entregar ao amor como Ele fez. Espero aprender, como já dizia a música da Ziza, ter "coragem de dizer que um dia, se preciso for, dou minha vida por você.".

Eu acredito em coelinho!!!

16 março 2010


A Páscoa, como todos sabem, é o momento mais importante do cristianismo. Aliás, não há o que se falar sobre cristianismo sem envolver a Páscoa, que é, afinal de contas, o fato histórico mais importante e marcante em toda a história cristã. A morte de Jesus na cruz, a ressurreição de Cristo. Não há cristianismo sem a ressurreição de Cristo. Não é isso?

Mas hoje quero falar do coelinho da páscoa. Aquela figura interessante que nos faz engordar tremendamente no início de cada ano. Que tipinho sem vergonha esse! E o pobre do Papai Noel que leava a fama de gordo!

Pois bem, já houve tempo que eu acreditava no coelinho, deixava uma cenourinha na mesa da cozinha pra ele fazer um lanchinho depois de me deixar uma cesta cheia de chocolate. Tá certo que senpre fui um pouco frustrado por não ganhar ovos de 500g, 1kg, como ganhava o meu primo André. Quanta inveja eu tinha dele... heheheheh... Pior é que ele guardava tudo e comia aos pouquinhos. Vai ver que é por isso que até hoje o gordo sou eu e ele é bem magrinho. Mas o assunto também não é esse.

O fato é que agora a Mariana, já sem as fraldas, pretende (ou nós pais pretendemos) entregar todos os bicos (ou "bibis", como ela chama) para o Coelinho da Páscoa, para que ele os entregue para algum nenê que ainda precise usá-los, já que, é claro, a Mariana não é mais nenê, já é uma mocinha ("já sou gandona, né pai", como ela diz). A Clarissa e ela fizeram uma caixa com palha de revista. Pintaram por fora, colaram figuras de ovinhos de chocolate pela volta, colocaram gliter. Foi uma festa.

Agora, toda a noite, ela deixa uma cenoura na caixa (a mesma cenoura todo o dia), perto da cama dela, para que o Coelinho deixe algum presente. Assim, na noite anterior à Páscoa, além da cenoura, ela vai deixar também todos os "bibis" na caixa para que o coelho leve embora e, em troca, deixe muitos ovinhos de chocolate de presente.

A euforia é grande (eu tenho que morder aquela cenoura - a mesma cenoura - toda a noite como se fosse o coelinho). Ela fala com convicção que vai entregar os bicos. Em nenhum momento questiona se pode ficar com algum, se pode desistir do "negócio", pelo contrário, diz sempre com convicção e com a firmeza de quem sabe o que quer.

Sendo assim, só posso esperar e dizer que voltei a acreditar no coelinho da páscoa.

Dia Internacional das (minhas) mulheres

08 março 2010


"Sandra-Clarissa-Mariana

Mulheres são assim
São tudo pra mim
Minha mãe, minha mulher, minha filha

Mulheres que me acolhem
São elas que me escolhem
E transbordam de amor por mim"


As três mulheres da minha vida me ensinaram e ainda me ensinam a viver, a amar e ser feliz. Minha mãe ao me conduzir desde os primeiros passos. Minha mulher de mãos dadas comigo na caminhada da vida, firmando meus passos e carregando meus fardos, sempre ao meu lado. Minha filha que todo dia me ensina o amor e me revela Deus.

Parabéns a todas as mulheres que inspiram o mundo para o amor, para a fraternidade. Hoje lembramos de dar a vocês os parabéns, mas saibam que todos os dias são de vocês, pois são vocês que proporcionam ao mundo a experiência da paz, da solidariedade, do amor. Obrigado por ser "luz para brilhar pelo mundo, pra dar sabor para as coisas".

08/03/2010 - Dia Internacional da Mulher

Da série: "Poeminhas do Zuzu"

04 março 2010


Amar na vida
Amor que vai
Amar essa vida
Amor de pai

Pro Rafael - 03/03/2010

Foi dada a largada para 2010

25 fevereiro 2010


O ano de 2010 finalmente começou! As escolas de samba já fizeram seu show, as indústrias de camisinhas fizeram o seu pé de meia, a novela das oito continua fazendo apologia à traição entre marido e mulher e assim caminha o ano de 2010, triunfante na avenida.

Porém, esse ano é diferente. São apenas dois assuntos a serem assuntados durante o ano: Copa do Mundo e Eleições. Alguém tem dúvida disso?

Eu ando ansioso para saber algumas coisinhas sobre a eleição. Queria saber, afinal, como será o comportamento da Dilma falando com a sua própria boca, já que até agora quem fala as suas palavras são o nosso presidente e o seu carisma de dar inveja a qualquer celebridade global. Queria saber também se terá adversário, pois até agora ninguém teve coragem de mostrar a cara e abertamente, como vem fazendo a Dilma, entrar no debate das eleições. Como será? Será que Dilma conseguiu pegar um pouco do carisma do Lula? Será que Serra aprendeu a demonstrar alguma simpatia pelo povo? Será que será uma eleição diferente, sem candidatos populares? Quem sabe?

Gostaria de ver também se o povo tem aprendido a escolher seus representantes. Se aprendemos a não ver apenas a "carcaça" de quem está na condição de candidato ou se temos a capacidade de compreender seus projetos, suas propostas e mais adiante cobrar que as cumpram com maior rigor. Será que iremos votar para deputado porque o cidadão é bonitinho, bem arrumado e fala bem? Será que vamos votar no candidato a deputado que inventar o melhor jargão? Beleza? Será que vamos votar no candidato a deputado só porque ele nos faz rir com as palhaçadas que faz na TV ao dar a previsão do tempo? Será que vamos votar no candidato a deputado porque ele tem uma banda de rock?

Não sei, penso que tem um trechinho de uma música do Padre Fabio de Melo que se enquadra bem nisso que digo. Ela diz mais ou menos isso: "Tu enxergas o profundo e eu insisto em ver a margem; quando vez o coração, eu vejo a imagem." Não é isso que fazemos quando votamos? Enxergar a margem? Ver apenas a imagem?

É hora de mudar! E, apesar de não ser dos maiores fãs do nosso ex-governador Colares, gostaria de deixar aqui um versinho que esses dias escutei ele recitando no rádio e que diz ser de sua autoria: "o voto é a tua única arma; põe o teu voto na mão; faz a tua revolução".

Folia vazia

11 fevereiro 2010


O carnaval se aproxima. Hoje ao abrir o jornal me deparo com um anúncio de página inteira patrocinado pelos governos federal e estadual, inclusive com a logo do Ministério da Saúde. A frase até que era engraçadinha: "No carnaval vale qualquer brincadeirinha. Só não vale transar sem camisinha.".

Eu tenho me incomodado muito nos últimos anos com as propagandas veiculadas pelos governos em razão do carnaval e o uso da camisinha. Tá certo que o Ministério da Saúde tem o dever de fazer campanhas de prevenção e de promoção à saúde, mas deve fazer campanhas responsáveis.

Vejam, não quero aqui fazer discurso contra o uso da camisinha, pelo contrário, sei da necessidade de sua utilização, porém, não posso imaginar que dizer para as pessoas sairem por aí durante quatro dias "passando o rodo" em qualquer um que estiver pela frente, desde que usando camisinha, seja prevenir essa doença, ou seja uma estratégia eficaz de saúde pública.

Por que reduzir uma festa popular tão bonita como essa a apenas sexo? O Carnaval, que deveria ser uma festa de alegria, uma festa para brincar, para voltar a ser criança, vestir roupas engraçadas, resgatar os personagens da nossa infância, agora me parece reduzida a uma festa para que as pessoas possam liberar seus instintos sexuais sem pesar a consciência e sem pensar nas consequências, afinal, é carnaval e no carnaval vale tudo.

Alguns dirão: não adianta tapar o sol com a peneira, pois isso acontece mesmo e se todo mundo "trepa" com todo mundo no carnaval, então pelo menos temos que dizer que usem camisinha. Tá bem, posso compreender que a coisa anda maluca mesmo, mas não precisa por conta disso o governo oficialmente assinar embaixo desse comportamento. Não preciso eu achar que está tudo bem, que é normal agir assim, que não tem problema. Bom, por esse argumento talvez devêssemos "liberar" o assassinato, descriminizar o assassinato, afinal, não adianta tapar o sol com a peneira, estão matando gente como loucos por aí mesmo! Por favor! Não tem como eu me orgulhar desse tipo de campanha irresponsável.

Sei lá, acho até que esse comportamento logo logo não será apenas um comportamento aceitável em época de carnaval. É só assistir à novela das nove da rede globo para ver como as coisas vão. Cheguei à conclusão que todos os personagens da novela tem amantes e a única que não tem sofre o diabo por não conseguir e é retratada como boba. Daqui a pouco vão chegar à conclusão que os amantes fazem bem para os casamentos. Esperem e verão.

Não sei bem o que acontece. Aonde está o amor? como diria a música do Nico Nicolaiewsky. O amor hoje é um amor narcíseo, autofílico. O amor é o que me interessa e o que me interessa sou eu, o outro que se dane. Amores descartáveis, que se disolvem como se houvesse algum tipo de pílula-do-dia-seguinte que o destruísse ao acordar depois de noite de muito sexo, uma noite de carnaval talvez.

O que as pessoas tem feito com seus amores? O que tem feito com seus corpos? O que tem feito com sua dignidade? O que tem feito para preencher seus vazios? Uma coisa é certa: não é possível preencher o vazio com coisas vazias de sentido. O empilhar de vazios não produz a sensação de "cheiesa" (se é que essa palavra existe).

E aí, nesse carnaval vais encher a tua vida de quê?