Bodas de Seda

26 setembro 2014


   Dia 28 de setembro, eu e a Clarissa completamos 12 anos de casados. Consultando o "oráculo da modernidade" - Google, percebo que trata-se de Bodas de Seda. Gosto de refletir o nosso casamento através das bodas, porque me fazem avaliar de que forma estamos levando a nossa vida a dois.
   A seda é um tecido leve, brilhante e macio. Eu diria que o nosso casamento pode ser analisado através dessas qualidades também. Estar ao lado da Clarissa em fortifica, me dá sustento e faz a vida ficar mais leve. Não que a nossa vida seja fácil (e não é), não que não tenhamos problemas (somos humanos), mas a dureza da vida, os obstáculos do caminho, as cruzes da caminhada, se tornam mais leves porque optamos por carregá-las lado a lado, no mesmo passo e voltados pro mesmo sentido (Deus). A vida é pesada pra todos, mas a gente decide vive-la com leveza quando damos as mãos, quando nos apoiamos no outro e, fundamentalmente, quando apoiamos o outro.
   O conceito de maciez é interessante, aquilo que é macio: que é suave aos sentidos, que transmite prazer, que agrada. A presença da Clarissa na minha vida pode muito bem ser explicada através desse conceito. Estar ao seu lado me agrada, me traz prazer. A presença da Clarissa na minha vida de uma certa forma me suavizou os sentidos, fez a minha vida mais "aveludada", aparando algumas arestas que me machucavam os sentidos.
   A parte do brilhante está claro (pra quem conhece) que fica toda pra ela. Aparecida do jeito que é, só pode ser ela quem brilha. hehehehehe. Falando sério, há uma explicação muito interessante para o aspecto cintilante da seda, pois esse brilho deve-se à estrtura triangular da fibra e aqui reside o fundamento principal e que deveria ser o fundamento para toda a vida que brilha, todo o relacionamento conjugal cintilante, a sua estrutura triangular. Não há possibilidade (na minha opinião, é claro) de um casamento duradouro e cintilante, que brilhe, que leve luz ao mundo, que contrua uma família em base sólida, senão através dessa estrutura triangular entre o casal e Deus. Só há possíbilidade de caminho feliz se de mãos dadas com o outro e com Deus. É baseado nessa estrutura que nós temos tentado caminhar. Por vezes a gente escorrega, solta a mão de um ou de outro, mas com o esforço conjunto (dos três) a gente consegue se unir e seguir. Se a força humana desse amor se distende demais a ponto de quase romper, a força divina desse amor nos vem socorrer e solidificar novamente o laço. Sem a presença viva de Deus nas nossas vidas talvez nós não tivéssemos força de enfrentar a caminhada.
   Assim Clarissa, te agradeço por ser como seda na minha vida, leve, brilhante e macia. A sensação de estar contigo é prazerosa, agradável. Que Deus nos abençoe e nos permita caminhar juntos ainda mais e mais tempo! TE AMO PRA SEMPRE!

Manifesto pelo fim do ódio no futebol.

03 setembro 2014



   Aqui no RS infelizmente as pessoas pensam que o mundo se resume a grenal, tudo é grenalizável. Portanto, prefiro não tecer comentários sobre a decisão de hoje no STJD. Porém, por ser colorado, gostaria de lançar uma reflexão sobre algo que tem me incomodado muito nos últimos tempos. Há bastante tempo não canto mais no estádio, não acompanho os cânticos da torcida, a exceção do clássico "vamo, vamo, Inter" e do próprio hino do clube. Explico porque. Vocês já se deram conta que 90% dos cânticos das torcidas tem algum tipo de preconceito ou simplesmente ofensas gratuitas aos adversários? Tem um cântico, por exemplo, que diz assim: "ô gremista f.d.p., chupa r. e dá o c., ei grêmio vai tomar no c."
   Com toda a sinceridade, afinal, o que isso contribui para o esporte, para a alegria das pessoas, para a diversão das famílias? Vejo crianças cantando, idosos cantando, homens e mulheres cantando e fico sempre tentando imaginar o que fazem no seu dia a dia. Qual sua profissão, como se comportam na escola, se tem amigos gremistas e como os tratam. Pra mim é uma coisa absurda e incompreensível. As pessoas precisam, nesse momento em que a discussão acerca da postura das torcidas está em evidência, se investigar, procurar em si alguma explicação para essa postura maluca de se tornar um bárbaro irracional quando entra no estádio. Obviamente que existem pessoas interessadas na barbárie da multidão, que se aproveitam da massa pra cometer seus crimes, mas vejam, a esmagadora maioria das pessoas que vão ao estádio (e cada vez mais as famílias vão juntas ao estádio) são pessoas comuns, que levam sua vida com correção, trabalhadores, pais, mães, filhos, que na maioria das vezes tem amigos que torcem pro time rival. Precisamos estancar a barbárie! Precisamos fazer valer em nós a nossa humanidade, a nossa dignidade humana, a nossa capacidade de sermos minimamente racionais, minimamente civilizados.
   É preciso extirpar dos nossos estádios os cânticos homofóbicos, os cânticos que ofendem a dignidade humana. Precisamos de cânticos que celebram a alegria de torcer pelo seu time, que enaltecem suas conquistas. Chega de ódio no esporte, chega de ódio nas nossas vidas. Se as pessoas "com noção" são maioria, e tenho certeza que são, não é possível que deixemos que a irracionalidade e desumanidade nos visitem nos estádios. Somos capazes de não sucumbir à barbárie, somos capazes de não nos deixarmos impregnar do ódio que o futebol tem cultivado nos seus estádios.
   Sei que as pessoas tem a tendência a relativizar esses comportamentos, de achar que "é normal", "coisa do futebol", mas precisamos tomar consciência que é preciso um pouco de radicalismo nesse momento, de intolerância (não a intolerância violenta) com esses comportamentos. Só com uma postura forte é possível modificar essa realidade.
   Portanto, conclamo os torcedores brasileiros, os torcedores de Inter e de Grêmio, para que tomemos consciência dos absurdos que temos cometido e modifiquemos as nossas atitudes nos estádios de futebol. 
   Se você concorda, divulgue, compartilhe, comente, debata, faça a diferença!