Reflexões sobre a música católica

27 dezembro 2012



Tenho pensado muito sobre a nossa música católica nos últimos tempos. Na verdade a reflexão é sobre o comportamento que nós, crentes, tomamos frente às pessoas que nos cercam. Na verdade há algo que me incomoda muito. Algo que pra mim não “fecha”, não faz sentido. Aqueles que frequentam os grupos da Igreja vão entender o que estou falando.
Nós que fazemos parte da Igreja Católica temos uma mania de nos colocar a parte do “resto” do mundo. Fala-se do que é de Deus e o que é do Mundo; as coisas de Deus e as coisas do Mundo. Afinal, que tipo de cristãos somos quando nos apartamos do mundo? Que motivo há para sermos de Deus se nos colocamos fora do mundo? Cristo veio ao mundo, viveu e morreu na cruz para salvar o mundo, não para salvar “apenas” os crentes. Cristo nos envia ao mundo para pregar a boa nova, para mostrar ao mundo que é possível viver um mundo de amor, de perdão. O mundo faz parte das “coisas de Deus”!
E o que afinal isso tem a ver com a música católica? Simples, pois assim nós também nos apartamos do mundo musical para viver o nosso próprio mundo musical. Acontece que quando nos apartamos do mundo e damos as costas para o que acontece no cenário musical, nós corremos o sério risco de manter o nosso mundo limitado, cheio de vícios, que só faz sentido para aqueles que o conhecem, que não agrega, não traz pra perto novas pessoas, não evangeliza.
 
A música indiscutivelmente serve como um primeiro contato com aquele que chega num território desconhecido. É a forma mais eficaz de ambientar qualquer cenário. Por isso, a importância da música católica ter a necessidade de dialogar com a música popular, música clássica, etc. Afinal, através da música queremos trazer às pessoas a boa nova. Queremos apresentar a nossa salvação através de nossa música. É claro que fazemos música católica para os católicos, mas creio que devemos fazer música católica também para aqueles que ainda não conhecem Cristo, para aqueles que estão sedentos dele. Porém, precisamos nos aproximar dessas pessoas, precisamos achar algo que gere nelas interesse em nos escutar.
O padre Fábio de Melo faz isso muito bem. Faz isso através da linguagem poética, mas também buscando algo que crie afinidade com quem o escuta. Não é a toa que em todo o CD do padre Fábio há pelo menos uma canção “não católica”. Não é sem motivo (penso eu) que ele faz isso. Creio que é um movimento inteligentíssimo de ir ao encontro daquele que queremos alcançar. Ele apresenta algo para que a pessoa se sinta confortável e depois diz o que quer dizer. Além disso, ainda consegue fazer com que aqueles que já consomem música católica façam um movimento diferente e apreciem a música que não é católica com uma visão menos apressada, compreendendo que dali também podemos encontrar coisas bonitas, palavras importantes, de Deus. Quero que as pessoas ouçam o que tenho a dizer, mas pra isso é necessário que tenham interesse em me ouvir. Porém, quanto mais eu delimito o “meu” mundo, mais eu me afasto daqueles que não fazem parte dele.
Eu não quero dividir os mundos. Quero ser cristão e viver no mundo como cristão, dialogar com aqueles que não professam a minha fé, sem precisar “abrir e fechar portais” que me fazem agir de maneira diferente, a medida em que estou neste ou naquele “mundo”. Quero que as pessoas tenham interesse em ouvir a minha música, em saber o que tenho a dizer, conhecer a palavra de Cristo e o amor dele por TODOS nós.
E vocês? O que pensam disso?
 
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Natal - Esperança e Sacrifício

13 dezembro 2012


Esse ano eu quero falar um pouco sobre o que celebramos no dia vinte e cinco de dezembro. Ao contrário do que alguns ainda pensam esse não é um dia de trocar presentes, se empanturrar de comida e beber até cair. Nada disso!
O dia vinte e cinco de dezembro é o dia em que celebramos o nascimento daquele se entregou ao mundo por nós. O dia do nascimento do Deus menino que escolheu estar entre nós para nos mostrar que é possível viver uma vida em que o humano e o divino se completam.
Se eu pudesse resumir o natal em duas palavras, eu diria que o Natal é esperança e sacrifício.
Esperança, porque Deus vem a nós como irmão para mostrar que acredita que é possível realizar seu plano de amor na humanidade. Esperança, porque Deus deposita em nós a expectativa de que nós sejamos protagonistas desse mundo de amor. Esperança, porque nós reconhecemos na figura de Cristo a possibilidade de realizar o divino naqueles que são humanos.
Sacrifício, porque Deus está disposto a entregar-se por inteiro por esse projeto, que somos nós. Sacrifício salvífico que nos conduz à salvação. Sacrifício que nos ensina a oferecer amor ao outro; oferecer o que temos de melhor pela humanidade. Esse não é um sacrifício que faz mal, que cansa, que aniquila o que se sacrifica, pois aquele que se dá, aquele que se entrega, faz isso motivado pelo amor e entregar amor ao outro nunca gera mal, nunca gera cansaço, nunca gera perda.
Há uma linda música da Ziza que sempre me emociona e que traduz bem o que quero dizer. Ela diz assim: “não existe amor maior / que a coragem de dizer / que um dia / se preciso for / dou minha vida por você”. Essa é a expressão maior do amor, que ao mesmo tempo é esperança e sacrifício e que se apresenta a nós a partir do nascimento do menino Jesus, o único e fundamental motivo de celebrarmos o Natal.
Como diz a música do Grecco, rogo a Deus que eu seja capaz de abrir meu coração e minha vida, para neste vinte e cinco de dezembro Deus “nascer e ser Natal” em mim e que eu seja capaz de viver a esperança e o sacrifício da realização do projeto de amor de Deus para cada um de nós! Que a cada dia eu seja mais capaz de entender e viver a frase profética da Mariana que diz: “pai, eu amo todo mundo que eu conheço e todo mundo que eu não conheço também!”
Feliz Natal!

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19 anos de AMOR

12 novembro 2012


    Para alguns um absurdo; para outros uma façanha; para nós é apenas amor.
    Lá se vão 19 anos daquele 12/11/1993. A história da data é um pouco confusa. Talvez se o blog fosse da Clarissa, vocês saberiam da história em detalhes, mas vou dar uma resumida segundo a minha visão (versão) da situação.
    Na verdade o dia de celebrar o início do nosso namoro talvez devesse ser outro, mas é que um dos enamorados era a Clarissa e quem a conhece bem entende que para ela era necessário ter certeza absoluta que estávamos de fato namorando. Claro que toda essa dúvida teve um empurrãozinho do meu irmaão (Dudu) e do nosso amigo Xingu, mas, na verdade, essa história só potencializou ainda mais esse traço que é característico da Clarissa. Pois bem, foi naquela noite, na casa da Nina, que a Clarissa, depois de um volume razoável de àlcool no sangue, criou coragem para me fazer a pergunta fatal: "o que é que tu és meu?". Sim, foi dessa forma que definiu-se o dia 12 de novembro como o início oficial do nosso namoro.
    De lá pra cá vivemos muitas coisas juntos. Na verdade eu vivi ao lado da Clarissa mais tempo do que vivi sem ela. Vivi ao lado da Clarissa os momentos mais intensos que a minha memória é capaz de recordar. A morte da minha Vó, que era muito próxima a mim, a doença e a morte da minha mãe, o nosso casamento, o nascimento da Mariana. Tristeza profunda, alegria sublime e um tanto de vida cotidiana vivida com alegria.
    Creio que a receita do amor no tempo é essa: viver a alegria cotidiana do amor. Não é nos grandes sofrimentos e nem nas maiores alegrias que o amor se constroi, mas na vida cotidiana vivida em conjunto. É esse amor cotidiano que está descrito em na primeira Carta de São Paulo aos Coríntios (I Cor 13): O amor é paciente, o amor é prestativo; não é invejoso, não se ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, não procura seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
    Algumas pessoas ainda compreendem o amor romântico sob a aura de encantamento das novelas ou dos contos de fadas e acreditam que amor se prova com sinais grandiosos. Assim, também alguns esperam uma manifestação do amor de Deus. Eu tenho pra mim que a realidade cotidiana da vida faz do pequeno gesto diário, aquele que até por vezes passa despercebido, a verdadeira prova do amor. Os exemplos das novelas e dos contos de fadas talvez tenham mais a ver com a paixão do que com o amor. O amor é alimento que se cozinha em fogo baixo, sem pressa, com cuidado. O amor é feito de demoras, como gosta de dizer o Pe Fabio de Melo.
    Assim é construído o nosso amor, assim sustentamos a nossa união. Nós, um pro outro, em direção a Deus. Como diz aquela música que a Clarissa adora: Amar é conduzir o outro ao céu / (...) Em gestos, criar o bem no outro / (...) Amar é cuidar, amar é doar, amar é perder para ganhar / Eu vou trazer o céu até você.
    Clarissa, rogo a Deus para que eu seja capaz de ser instrumento desse amor cotidiano nas nossas vidas, conduzindo o nosso amor, junto contigo, até o céu.
    Que Deus continue abençoando a nossa família.
    TE AMO!

O gato bebe leite, o rato come queijo...

06 novembro 2012



    Esse final de semana assisti o filme O Palhaço com a minha esposa. Um filme que num primeiro momento até me passou batido, sem repercutir muito. Atuações maravilhosas, história interessante, mas não tinha gerado em mim qualquer desconforto. Porém, dias depois que me dei conta da repercussão do filme em mim. A reflexão foi e está sendo feita por mim, só não havia me dado conta que fazia isso provocado pelo filme. Eu diria que este é, pra mim, um "filme de retrogosto".
    Pois bem, voltando à frase do título, a reflexão que se faz é sobre quem sou, qual a minha vocação, qual a minha função no mundo. Podemos também, ao falar de vocação, falar de talento. Aí lembro bem da música do Grecco - Talentos - em que ele diz: De que adianta ser a ave voadora / Ter o canto do canário e para sempre me calar / Então seria como ser a luz da vela / iluminando uma capela e uma sombra lhe abafar / Ser sal da terra e o sabor que em si encerra / Se perder pelo espaço e pelo espaço não teria serventia.
    Ou seja, se eu não souber identificar o meu talento e, além disso, se eu não trabalhar esse talento e não vivê-lo, de nenhuma serventia será e, se assim não for, talvez eu não esteja cumprindo a minha função no mundo.
    Acontece que não é fácil identificar o talento, porém, pior ainda, é de fato conseguir viver o talento. As "necessidades" do mundo do consumismo (e não falo somente no consumo de coisas, de comprar coisas) tem nos imposto formas de vida que talvez não sejam aquelas que favorecem a vivência do nosso talento. O mundo do consumismo me diz que, pra ser feliz, tenho que ser como o fulano, me vestir como o outro cara. Pra ter sucesso tenho que seguir os passos de tal personalidade. Nesse mundo não há espaço pra viver o talento, pra assumir a sua vocação.
    A Mariana, por exemplo, quando perguntada o que quer ser quando crescer, responde sem titubear: quero ser uma cantora famosa. A gente se diverte, acha bonitinho, mas ficam muitas perguntas: será que ela realmente pensa isso ou é coisa de criança que em seguida até esquece? será que as crianças de fato conseguem identificar melhor o seu talento, já que não tem a dimensão do consumismo que freia o adulto? ou será que simplesmente ela diz isso já contaminada pelo mundo consumista?
    A verdade é que infelizmente essa forma um tanto pasteurizada de vida que vivemos deforma cada vez mais os talentos, nos empobrecendo como sociedade e como seres humanos.
    O que vocês pensam disso?

Bodas de Estanho - 10 anos de casamento

27 setembro 2012



Amigos,

    Amanhã (28/09) eu e a Clarissa completaremos 10 anos de casados. Conforme rápida consulta no "oráculo moderno" Google, verifiquei que, com 10 anos de casamento, celebram-se as Bodas de Estanho. Estranho o Estanho, não? Pois é. Fui procurar informações sobre esse metal (sim, é um metal) e encontrei nele algumas características intressantes que são possíveis de relacionar com o nosso casamento.
    O Estanho é um metal maleável. Essa é uma característica importante para um casamento duradouro. Pessoas inflexíveis dificilmente serão capazes de partilhar a sua vida com outra pessoa. O nosso casamento é assim. Apesar das "cabeça durices" de cá e de lá, foi necessário que os sonhos, objetivos, visões de mundo, planejamentos de quando éramos solteiros sofressem ajustes, de maneira que fossem capazes de apontar sempre para o mesmo rumo. Esse é um processo que não termina, pois a cada momento é necessário revisar, conversar. Do nosso jeitinho, creio que a gente tem conseguido caminhar no mesmo caminho.
    O Estanho é meleável, mas ele é sólido e sólida é a relação que conseguimos construir. Apesar de mudar a forma por ser maleável, o nosso casamento não muda o seu objetivo principal, não muda em sua essência. Essa solidez, eu tenho convicção que está amparada, fundamentalmente, na presença de uma terceira pessoa que nos acompanha desde os tempos de namoro: Deus. É a presença de Deus nas nossas vidas e no nosso casamento que o torna sólido, pois é em Deus que reconhecemos a verdade do amor. É em Deus e com Deus que somos capazes de amar um ao outro. O resultado desse amor em Deus que nos torna um. A partir dessa relação a três, nasce um novo indivíduo: o casal. Como casal, somos um. Este "um" tem um pouco de mim, um pouco da Clarissa, um pouco de Deus. Este é o efeito do sacramento do matrimônio.
    O Estanho dificilmente se oxida e é resistente à corrosão. O nosso casamento hoje também é assim. Dificilmente oxida, enferruja e é resistente à corrosão. Ou seja, o nosso casamento não gasta, não se consome.
    São dez anos de vida a dois que para mim são marcados, fundamentalmente, pelo amor. É pelo amor que somos capazes de nos reinventar, que somos capazes de entregar ao outro aquilo que temos de mais precioso, que somos capazes de nos suportar nos momentos de turbulência, que somos capazes de celebrar os momentos de conquista. Viver no amor muda um pouco a lógica cartesiana em vigor, pois no amor, perde-se para ganhar, dá-se para receber, divide-se para somar. Essa é a lógica do amor.
    Clarissa, como diz a música, "eu quero ser uma bênção pra você", quero estar contigo e te amar sempre, pois "amar é cuidar, amar é doar, amar é perder para ganhar". "Eu quero envelhecer, estando sempre aqui, ao lado teu". "Pois tu és o meu amparo e o meu refúgio". "Você me faz capaz, quando já não posso mais. Você me faz voar, quando não posso nem andar. Seu amor me faz seguir, quando nem sei por onde ir. Quando penso que estou só, ouço seus passos por aqui".
    Poderia ficar citando trechos de músicas para expressar o meu amor por ti, mas não seriam suficientes. Direi, apenas, mais uma vez: TE AMO.
    Obrigado por estar na minha vida e construir comigo a felicidade, pois "felicidade não é um lugar onde se chega, mas a forma como se vai". Creio que estamos "indo" de uma forma feliz.
 
    TE AMO!
 
 
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5 anos da Mariana

13 setembro 2012



Amigos, amanhã a Mariana completa 5 anos. Por esse motivo, excepcionalmente a "cara" do Blog foi modificada, para comemorarmos esse dia tão especial para a minha princesa.
 
Lembro bem daquele 14/09/2007, quando às 6h36 nasceu a Mariana, com seus 3,536kg e 50cm.
 
Fui o primeiro a recebè-la nos braços. Uma pequena amostra do amor de Deus e de sua bênção nas vidas da Clarissa e minha. Um pedaço desse amor que estava sendo entregue a nós como prova da graça de Deus. Fiquei durante um tempo com ela, só nós dois (os outros estavam lá do outro lado do vidro, com total isolamento acústico). Naquele momento lembro de conversar com ela. Disse a ela que estava chegando nesse mundo já sendo muito amada, por tanta gente que ainda nem a conhecia, mas que já estava amando a sua vida. Falei do meu amor de pai, de como eu estava me sentindo em recebê-la. Pude lhe fazer um carinho e receber seu carinho também.
 
De lá pra cá, muitas coisas mudaram nas nossas vidas, a Mariana cresceu, aprendeu muitas coisas, ganhou novos amigos, aprendeu a amá-los. Como ela mesmo diz: "eu amo todo mundo que eu conheço!". Tenho certeza que esse foi o maior aprendizado dela até hoje, o amor.
 
A Mariana é uma menina repleta de amor. É uma menina que acolhe o amor com alegria, mas o transmite com uma alegria ainda maior.
 
A Mariana é exemplo desse amor pra mim. Todo dia eu aprendo mais sobre o amor com ela, com suas hitórias e sua conclusões sobre os fatos da vida. A Mariana tem essa mania de refletir sobre tudo que ela vê ou ouve. Se uma palavra lhe é estranha, ela quer saber seu significado e logo descobre um jeito de aplicá-la em sua vida. A Mariana olha a vida e procura nela seus significados, que por vezes, para nós adultos, podem parecer simplórios, infantis, mas todos com um toque de sabedoria divina que nem ela mesmo compreende. Não que ela seja melhor ou mais inteligente que os outros, não é isso, mas percebo que ela tem essa vontade de enxergar na vida um sentido maior, de alegria, de felicidade, de amor.
 
Os 5 anos são um marco na vida dela. Para ela esse aniversário é mais que especial, afinal, com 5 anos a gente já é tão grande, já sabe tanta coisa sobre as coisas, identifica as letras, resolve problemas simples e adição e subtração, toma banho sozinho, almoça e janta sozinho, sabe trocar de roupa sozinho. A vida já não é tão dependente dos pais. As opiniões sobre as coisas já estão aí, com identidade própria.
 
Sou muito feliz por ser pai dessa menina tão especial, que traz tanta alegria para a minha casa e para o meu coração. Não há palavras capazes de explicar como me sinto como pai. Não há explicação que caiba na língua portuguesa para esse sentimento.
 
O que posso dizer é que a amo e que quero continuar assistindo essa flor desabrochar, perfumar o mundo e o iluminá-lo com a sua doçura e o seu amor.
 
Minha filha, Feliz Aniversário. Que Deus te abençoe sempre!

Sotaques do Brasil

03 setembro 2012


Amigos,

   Na semana em que passou, vivi uma experiência bem interessante. Estive na Assembléia Nacional da ANESG, associação dos empregados da GEAP, empresa que trabalho.
   Ali tive contato com pessoas de todos os estados do Brasil. De Roraima ao Rio Grande do Sul; do Amazonas à Paraíba. São muitos brasis, muitos sotaques, muitas realidades. Na mesma sala, pessoas de camiseta, curindo os perto de 20ºC, assim como aqueles de blusões e casacos, encarangados de tanto frio. Ouvi de um colega: na minha terra, baixou de 25 graus e a gente já tá morrendo de frio.
   Se o clima nos afasta, como não falar dos "idiomas". São muitos. Alguns incompreensíveis para outros. Há aqueles que falam rápido demais, aqueles que de cada cinco palavras usam quatro que só são compreendidas no lugar de onde vieram.
   Isso talvez seja o mais bonito na construção do nosso Brasil. A distância é tão grande, as realidades tão diversas, os sotaques tão diferentes, porém, fomos capazes de nos mantermos unidos. Quando tudo nos divide, há um sentimento que nos une. Não tenho bem certeza o que é. Fico tentando nominá-lo, mas não consigo.
   O que posso dizer é que, mesmo em uma amostragem pequena naquela assembléia, fomos capazes de respeitar o outro, driblar o vocabulário e construir um discuso único, com divergências aqui e ali, mas um entendimento só.
   Fiquei muito feliz em conhecer cada um e, em cada um que ali conheci, reconhecer um pedaço do significado do nosso povo, da nossa história e da construção de um país, que sem sombra de dúvidas, é o país que tem a maior riqueza cultural do mundo e, por isso, é o país que tem o maior potencial de desenvolvimento nesse mundo sem fronteiras que a revolução da informação vem nos proporcionando.
   Que sejamos capazes de reconhecer essa força e, em uníssono, lutar pelo crescimento do Brasil, mas, fundamentalmente, pelo crescimento do povo brasileiro.

Dia do Amor, do meu Amor

20 agosto 2012



     Hoje pra mim é o Dia do Amor. Hoje é o Dia do Meu Amor.
     Amor concreto, cotidiano. Amor briguento, sim, mas amor.
     Amor que desacomoda, mexe. Amor verdadeiro, meu amor.

     Hoje pra mim é o Dia do Amor. Hoje é o Dia do Meu Amor.
     Amor que me arrebata, mas não mata. Amor que ata, é amor.
     Amor que é chama, clama. Amor que me ama, meu amor.

     Hoje é o dia da Clarissa. O seu aniversário. Um dia de festa lá em casa. Dia de celebrar a vida daquela que enche a nossa casa de vida. A Clarissa é, sem dúvida nenhuma, presença de Deus na minha vida. Claro que por vezes a nossa vida é como um embate de gato e rato, em dado momento nossas posições divergem, nossas experiências de vida são diversas e nossa visão de mundo não combina. Não importa, isso só nos fortalece, pois somos capazes de nos enriquecer na divergência e crescer como seres humanos.
     A Clarissa é na minha vida sustento. Há uma música linda da Ziza que sempre que escuto lembro da Clarissa atuando na minha vida. Diz assim:

     "você me faz capaz
     quando já não posso mais
     você me faz voar
     quando não posso nem andar
     seu amor me faz seguir
     quando não sei por onde ir
     quando penso que estou só
     ouço seus passos por aqui"

     Clarissa, FELIZ ANIVERSÁRIO!

Dia dos Pais

13 agosto 2012


   Eu gosto muito de escrever, mas o mais interessante é poder revisitar aquilo que escrevi e me dar conta que algumas coisas estão divorciadas do tempo, pois são válidas em vários momentos da vida.
   Ontem me emocionei bastante com o testemunho do meu irmão (Dudu) com a sua nova filha (minha nova sobrinha), que apesar de já adolescente, o escolheu para chamar de PAI. A partir daquela partilha através do Facebook, lembrei de duas coisas que escrevi aqui no meu blog. Uma delas um poeminha singelo que fiz pra um amigo quando sua filha nasceu; a outra, um trecho de uma reflexão que fiz para o dia dos pais em 2010. Aí vai.

Amar na vida
Amor que vai
Amar essa vida
Amor de pai

Abaixo o trecho que mencionei:

"Estou aqui pensando sobre o significado da palavra pai. A minha idéia não é falar da etimologia da palavra, mas, como de hábito, fui procura-la no "amansa burro" e acabei me deparando com definições que creio importantes para a compreensão do real sentido de ser pai. Vejamos:
- "Homem que deu ser a outro". Aqui já logo de início há uma definição que pra mim já diz muita coisa. Pai é aquele capaz de doar o seu ser por outro, doar-se por completo para que o outro seja, doar-se por completo pelo/para o outro;
- "Aquele que exerce as funções de pai". Ou seja, para ser pai, não basta ceder a sua carga genética, não basta dar ser a outro apenas biologicamente falando. Para ser pai, é necessário o exercício de suas funções, é necessário agir como pai, é preciso amar como pai;
- "Designação bíblica da divindade, com relação a toda a criação, esp. ao homem.".
Portanto, da análise dessas três definições do dicionário (existem outras tantas) podemos afirmar sem medo que ser pai é tanto uma "função" tipicamente humana como também tipicamente divina. A paternidade é, nesse sentido, juntamente com a maternidade, uma forma totalmente humana de experimentar algo totalmente divino.
Ser pai é compreender, mesmo que de forma inefável, as possibilidades do amor de Deus, que, de fato, não conhecem limitação alguma.
A paternidade é experimentada quando contemplamos o filho dormindo, quando respiramos o perfume peculiar que se desprende da pele do filho ou mesmo quando ao chegar em casa, ainda na dobrando a esquina, deparamo-nos com a alegria de uma criança correndo de braços abertos e gritando: "pai, paipai! O meu papai chegou!". Também experimentamos a paternidade nos momentos de dor, na hora da angústia, do medo da bruxa ou do lobo mau.
Ser pai é assim, é algo visceral, humano demais, porém, é também experiência do eterno, do divino, de Deus."
Feliz Dia dos Pais

Dia do Amigo

20 julho 2012



Como a maioria de vocês deve saber, hoje, no Brasil, é o Dia do Amigo. Um dia interessante. Nas redes sociais, há um verdadeiro bombardeio de mensagens aos amigos. Infelizmente a maioria delas é um “compartilhar/retweetar” de mensagens pré-fabricadas e com pouca (ou nenhuma) intenção pessoal daquele que posta. Tenho pra mim que a palavra amigo anda um tanto quanto banalizada. A amizade anda muito fácil! É só procurar a criatura na pesquisa do Facebook e, mesmo que nunca tenha trocado duas palavras com ela, tem um botãozinho para “solicitação de amizade”. Imagina, a amizade tratada como um simples gesto burocrático. Aperto um botão e me torno amigo.
Não me entendam mal. Não sou da turma que odeia as redes sociais, não. Aliás, estou lá diariamente e acredito ser uma ferramenta maravilhosa. Na verdade me aproveitei desse exemplo para parar um pouco pra pensar. Afinal, o que significa Amizade? Qual o seu conceito?
Na verdade, não sei se realmente é possível conceitua-la. Amizade não é um fato. Amizade é um sentimento. Um sentimento por vezes pouco claro, sem qualquer pressuposto objetivo, pois depende fundamentalmente de características pessoais daquele que o sente. É um tipo de amor, mas é interessante, pois é um amor que normalmente depende de um sentimento mútuo. O amor romântico independe do sentimento do outro, mas o amor amigo não. Esse depende da interação de sentimentos e talvez esse seja o traço mais bonito e mais revolucionário desse amor. A amizade transforma duas vidas (no mínimo).
Revisitei meus sentimentos e concluí que sou mesmo uma pessoa abençoada. Sou uma pessoa que considero um tanto conservadora no que se refere à amplitude do entendimento da amizade. Considero que sei diferenciar bem os meus amigos dos meus conhecidos. Porém, ainda assim, concluo que tenho muitos amigos. Amizades que não dependem necessariamente de presença diária, constante, pois, se não são “abraçáveis” com frequência, são sentidas cotidianamente.
Meus amigos são capazes de aparar minha queda quando fracasso, choram comigo as minhas desesperanças, falam a verdade dura que por vezes preciso escutar, mas, como disse uma vez o Pe. Fábio de Melo, amigo de verdade não é aquele que se compadece da minha desgraça. Isso até os inimigos são capazes. O verdadeiro amigo é aquele que suporta a minha felicidade.
Amigos, obrigado por habitarem meu coração e por deixarem um espacinho nos seus reservado pra mim. Obrigado por me ampararem na dor e por celebrarem comigo as minhas alegrias. Obrigado por serem bênção de Deus na minha vida!
Feliz Dia do Amigo!

Faz tempo

18 julho 2012

Pois é. Faz tempo que não publico nada não é? Sei lá. Ando meio desmotivado, mas isso passa. Em seguida eu volto a postar. Pra não dizer que não falei de flores, como dizia o peta, vou colocar aqui uma "talvez-quem-sabe-ex-futura-parceria" com meu irmão Dudu. Acho que nem ele lembra mais disso. Na verdade escrevi um texto aqui no blog e ele interpretou dessa forma aí. Será que vira música?


Na contramão da história
reviso em minha memória
o semear do solo sagrado
em que cultivo os sentimentos

E espero, sem pressa, o desabrochar da vida
o florescer da semente
o nascer do sol a cada dia diferente

Não quero debates apressados
sobre questões marginais
quero mergulhar na profundidade do olhar

Na textura e na cor
no aspecto e no sabor
no limite e na fraqueza
na vitória e na beleza

Quero amar o imperfeito
o defeito, a imprecisão
há quem julgue ingenuidade
o que chamo salvação

Verbo Clarissar

12 junho 2012


Já se vão quase 19 anos conjugando o mesmo verbo. Na verdade, clarisso todos os dias, sem exceção. E pensar que no século passado, no milênio passado, eu já clarissava no Pretérito Imperfeito do Indicativo. E de fato era um pretérito imperfeito, já que somos humanos e falhamos muito. No início, brigávamos muito, por bobagem. Coisa da juventude, do descobrimento do outro, da construção do amor.

O tempo passou mais um pouco e, então, desde o Pretérito Perfeito Composto, já que éramos um par, tenho clarissado se parar!

É, a vida já não era mais a mesma. Quando me dei conta, eu já clarissara em um Pretérito Mais-que-perfeito assim que acordava.

Pois bem, o tempo passou, veio o casamento e hoje, no Presente, eu clarisso todo o tempo.

Veio a Mariana, quem sabe outros filhos. Então eu certamente clarissarei e clarissarei em um Futuro do Presente Simples, mas cheio de verdade. E tenho certeza que quando eles clarissarem no Futuro do Subjuntivo, ficarei tão feliz, mas tão feliz, que nunca mais irei parar. E, eternamente, no Infinitivo Pessoal, vou clarissar, clarissar, clarissar.

Clarissa, espero sinceramente conjugar o verbo clarissar, combinado com o verbo amar, juntamente contigo, até o fim dos meus dias. Quero contingo viver esse amor na nossa familia mais amada e feliz do mundo!

Te amo pra sempre!


HOMENAGEM À CLARISSA DE BARROS LOPES, MINHA AMADA, NESSE DIA DOS NAMORADOS!

Verbo Mãe

11 maio 2012


   Me perdoem os gramáticos, mas a palavra mãe não é um substantivo. A palavra mãe é verbo. A palavra mãe expressa um fato: o amor incondicional por seus filhos. A palavra mãe é o elemento principal da "oração" do filho.

   O verbo mãe, na maioria das vezes se confunde com o verbo amar. Ser mãe é, fundamentalmente, a expressão mais verdadeira do sinificado mais humano e mais divinido do amor. Deus confiou às mães a função de amar como Ele nos ama. E elas fazem isso maravilhosamente bem.

   Esses dias estava revendo um vídeo que fiz na época da minha formatura. Lá escrevi algumas coisas sobre a minha mãe que gostaria de relembrar:

   "Minha mãe não pôde estar aqui nesse dia para me abraçar e para receber o abraço de vocês, o que faria com muito orgulho, tenho certeza, mas ainda assim quero agradecer muito à minha Santa Mãe. Aliás, todas as mães são para seus filhos como Santas, ou pelo menos deveriam ser. Na verdade são mais que santas, pois se os santos são aqueles que intercedem a Deus para que este produza um milagre, as mães são mais do que isto, já que elas participam do milagre e são co-autoras dele junto com Deus. As mães emprestam o seu sim a Deus para juntos produzirem o milagre da vida.

   Minha mãe é pra mim referência de amor, de doação. Nela eu consegui compreender o que significa a expressão “ama ao próximo como a ti mesmo”. Minha mãe na verdade amou muito mais o próximo do que a ela mesma e tenho certeza que nunca se arrependeu por isso. Amar o outro é a chave de tudo, pois se todos amássemos o outro indistintamente, já imaginaste quantas pessoas te amariam? Pois é, esse é o maior e mais precioso ensinamento da minha mãe pra mim e é com essa certeza que quero usar o que aprendi na universidade. Mãe, obrigado pelo teu sim. Obrigado por me ensinar o amor e o perdão."

   Na verdade, hoje resolvi reler algumas coisas que já escrevi há mais tempo e que creio ainda serem válidas pra mim. Quero dizer isso novamente:

   "Só as mães são capazes de amar a imperfeição e os defeitos de seus filhos sem qualquer tipo de reserva. Têm duvida disso? Experimentem ir até o presídio em horário de visitas e verão as mães dos presos por lá, afagando-lhes os cabelos, abraçando-lhes com carinho. Quando alguém está condenado pelo mundo, desprezado pela humanidade são as mães que estão por lá para oferecer um olhar, um carinho.

   O filho chega até sua mãe sem riqueza, sem sucessos, sem títulos. As mães amam seus filhos pelo que são e não pelo que têm. Esse é o grande legado das mães para a humanidade."

   "Se você não é mãe, mas é filho, vá até sua mãe, abrace ela bem forte, diga o amor que tens por ela, fale sobre seus sentimentos com ela, ame a sua mãe e deixe-se amar por ela. Se sua mãe não está mais por perto, como no meu caso, lembre-se dela com carinho, divirta-se com as histórias que ela contava, a saudade é a melhor forma de manter-mos alguém vivo dentro de nós.

   Se você é mãe, abrace seu filho, ponha ele em seu colo como fazia na infância, beije o rosto, afague seus cabelos, cante uma música de ninar, fale pra ele do seu amor.

   Essa é a cura para todos os males da humanidade. Sejamos todos nós ministros desse amor."

   Essa homenagem é para a minha mãe, de quem sempre me lembro com alegria e carinho, mas também é para minha esposa Clarissa, que a cada dia demonstra ser a melhor das mães para a nossa filha e me faz perceber que fomos capazes de construir uma família cheia de amor.

   Beijo mãe. Beijo Clarissa.

Direitos, deveres e religião

24 abril 2012


Ontem estava assistindo uns vídeos do programa Direção Espiritual do Padre Fábio de Melo (recomendo pra quem tiver tempo e interesse), em que ele falava sobre essa questão colocada no título do blog. Fiquei com vontade de escrever algo sobre isso também.

Esse é um debate que é recorrente entre os católicos e, ultimamente, um debate que tenho travado (por vezes com maior profundidade e consequência) com não católicos. O que me interessou na visão do padre foi me fazer entender que é possível compreender esse fenômeno a partir do que aprendemos desde que somos crianças.

Vejamos. Em primeiro lugar vamos situar o assunto. Estou falando sobre as pessoas que colocam os sacramentos, por exemplo, como uma obrigação. Sou obrigado a ir na missa todo domingo, sou obrigado a me confessar, sou obrigado a um monte de coisa.

Porém, a igreja católica, diferentemente do que aprendemos em nossa vida, nos dá primeiro direitos e os deveres são decorrência deles, ao contrário do que aprendemos desde criança. Explico. Quando somos criança, nossos pais sempre nos falam: "só vai comer sorvete se comer toda a comida do prato"; "só pode brincar depois de fazer o tema"; etc.

Na religião católica isso é invertido. Eu tenho o direito de participar da eucaristia, não sou obrigado, sou convidado por Jesus para partilhar de sua mesa. Jesus, na iminência da cruz, convida seus amigos para partilhar da mesa e ali institui a eucaristia. Hoje, ele continua nos convidando para participar desse mesa de amigos. Portanto, temos o direito da eucaristia e não o dever de participar da missa todo o domingo. O dever não é esse. O dever surge do direito. Tenho o direito de participar da eucaristia e, quando a recebo, surge um dever de propagar esse bem, de partilhar essa graça com meus irmãos. Assim é com a confissão, com o batismo, com o matrimônio. São direitos e não deveres.

Os direitos são fruto do amor de Deus por cada um de nós e os deveres são fruto desse mesmo amor, que nos impulsiona a partilhar desse bem com nossos irmãos.

O grande momento do cristianismo

04 abril 2012


Amigos, esse texto eu escrevi em 2010. Ele é longo, eu sei, mas são poucas palavras comparando à importância desse momento para a humanidade. Quem tiver paciência leia, quem tiver vontade comente, mas que todos nessa páscoa sejam capazes de se fazer semente, como fez Jesus, que precisa morrer para dar lugar a uma vida nova, Ele, que foi "plantado" naquele sepulcro, floresceu para a vida eterna e está nesse momento pronto para habitar o coração de cada um que aceitar recebe-lo. Seja hoje sepulcro também, para receber a semente do amor de Deus e deixa-la morrer e florescer a vida eterna no teu coração.

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Por esses dias em Jerusalém, Jesus reuniu seus amigos para a refeição. Sentaram para partilhar o pão, partilhar as palavras que soavam em seu coração. Antes de qualquer coisa, Ele, em silêncio, levantou-se, tomou uma bacia com água e uma toalha e um a um foi lavando-lhes os pés. Ensinou aos seus amigos sobre a humildade, ensinou-lhes que devemos cuidar dos nossos amigos, inclusive servindo-os.

Começaram a conversar, porém, era Jesus que falava mais, pois todos estavam admirados com suas palavras. Nem todas as palavras eram alegres. Houve um momento em que Jesus anunciou que alguém o trairia, dizendo para que ele os deixasse e que fizesse logo o que precisava fazer.

Todos levaram um susto, não entendiam bem o que Ele falava. Parecia ser uma despedida, mas afinal para onde Ele iria? Por que não podiam segui-lo? Estavam dispostos a dar a sua vida por Ele! Jesus então pediu que não se perturbassem. Disse-lhes que cressem em Deus e também Nele, pois Ele ia ao Pai, mas lá prepararia um lugar para todos os que o amassem e que voltaria para que fossem para a nova morada junto Dele. Ensinou-lhes que Ele é o caminho, a verdade e a vida. Ensinou-lhes que o caminho do Pai deveria ser percorrido através Dele, pois quem o conhecia também conhecia o Pai. Ensinou-lhes sobre a eternidade. Prometeu-lhes que não ficariam sozinhos, pois os enviaria o Espírito Santo, mas avisou-lhes que o caminho não seria fácil, já que o mundo provavelmente já os odiava, assim como odiava a Ele.

Em seguida, ensinou-lhes o seu grande mandamento: "amai-vos uns aos outros, como eu vos amo. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos".

Jesus lhes falava que em pouco tempo não o veriam mais, mas também em pouco tempo já o veriam novamente. Eles não entendiam muito bem algumas coisas que Ele dizia, mas aos poucos Jesus ia sendo mais claro e não os ensinava mais por comparações ou parábolas, mas lhes dizia as coisas abertamente para que quando acontecessem eles acreditassem.

Depois de dizer a seus amigos tantas outras coisas, levantou seus olhos aos céus e orou ao Pai. Pediu por si e rogou por seus amigos.

Após a refeição, Jesus foi com seus amigos para um jardim. Em pouco tempo chegaram os guardas com lanternas e tochas. Jesus não esperou que perguntassem e, como se já soubesse o que aconteceria, indagou a quem procuravam. Quando disseram que procuravam Jesus de Nazaré, respondeu que era ele a quem procuravam e que deixassem os outros irem embora. Conteve Pedro com sua espada e deixou que o levassem preso.

Levaram Jesus a Anás, Caifás e a Pilatos. Todos o interrogaram. Pilatos então, ao não encontrar crime algum em Jesus, mas, como era de costume na Páscoa, perguntou se os judeus queriam que o soltasse. Porém, todos gritaram que preferiam que Barrabás fosse solto. Pilatos então mandou flagelar Jesus.

Foi então que Jesus sofreu na carne. Jesus foi castigado como talvez nenhum homem seria capaz de suportar. Jesus suportou em sua carne por cada um de nós. Ele recebia ali todo o sofrimento da humanidade, pois Ele escolheu suporta-lo por nós.

Jesus carregou a sua própria cruz para fora da cidade em direção ao calvário. Lá foi crucificado, junto com outros dois. Aos pés da cruz estava a sua mãe. Jesus tinha sede. Os soldados lhe deram vinagre em uma esponja.

Nesse momento, Jesus disse: "tudo está consumado". Jesus inclinou a sua cabeça e rendeu seu espírito.

José de Arimatéia, pedindo autorização a Pilatos, tirou Jesus da cruz e envolveu-o em panos com os aromas de uma mistura de mirra e aloés, como os judeus costumavam sepultar. Depositaram o seu corpo em um sepulcro novo em um jardim que havia por ali.

No domingo, Maria Madalena foi ao sepulcro, viu a pedra que o fechava removida. Foi logo dizer a Pedro que haviam tirado Jesus de lá. Pedro e outro de seus amigos correram para o sepulcro. Ao chegar lá viram os panos no chão. Viram também o sudário que estava sobre a cabeça de Jesus. Não estava com os panos, mas enrolado em um canto. Eles ainda não haviam entendido bem que se tratava da ressurreição de Jesus e voltaram para suas casas. Maria continuava por ali, chorando fora do túmulo. Então ela resolveu entrar e enxergou dois anjos que perguntaram por que ela chorava. Disse-lhes que era porque tinham levado Jesus. Então, ela viu Jesus de pé, mas não o reconheceu, imaginando que talvez fosse o jardineiro. Inclusive implorou a ele que dissesse pra onde tinham levado Jesus para que fosse busca-lo. Jesus falou com ela e ela o reconheceu. Então Jesus mandou que ela fosse contar aos seus amigos.

Os amigos de Jesus tinham muito medo dos judeus, e por isso estavam todos trancados em uma casa. Jesus então veio até eles dizendo: "A paz esteja convosco". Seus amigos se alegraram ao vê-lo. Então Jesus disse: "Como o pai me enviou, assim também eu vos envio a vós". Depois, soprou sobre eles dizendo: "recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; aqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos".

Essa história aconteceu realmente a mais de dois mil anos. Talvez não exatamente como descrevi, mas o que importa é que nessa Páscoa, reconheçamos que Jesus morreu na cruz por nós, para nos salvar, para redimir os nossos pecados. Morreu na cruz por amor a cada um de nós especialmente. Jesus se entregou na cruz por amor. Mas não foi só isso. Não acabou por aí. Jesus venceu a morte. Jesus ressuscitou e está ao nosso lado, vivo, preparando a nossa morada para a vida eterna. Esse é o grande momento da humanidade, pois Jesus se fez homem como nós, viveu ao nosso lado, sentiu como homem, sofreu como homem. Jesus quis estar conosco e se fazer homem como nós e viver ao nosso lado para mostrar a nós quão grande é o seu amor por cada um. Ele foi capaz de entregar sua vida por mim, por ti e por todos. Jesus venceu a morte.

"O ressuscitado vive entre nós, amém, aleluia!"

Saúde, diversão, amizades, exemplo

29 março 2012


Os meus amigos mais chegados já sabem que comecei uma pequena revolução na minha vida: decidi cuidar um pouco mais da minha saúde. Para isso, comecei a caminhar (em um primeiro momento) e agora estou correndo. Corro cedo da manhã pelas ruas da Vila Nova em Porto Alegre.

O interessante é que hoje, algumas semanas após eu começar a fazer isso com regularidade, descobri novos ganhos dessa minha postura. Além da saúde, algo que já verifico melhora no meu dia-a-dia, ganhei uma atividade que me diverte e ainda é capaz de gerar novas amizades, além de aproximar ainda mais as amizades já existentes.

Descobri uma atividade que me traz ganhos diferenciados. Pensem comigo: ganhei em torno de 40 minutos do meu dia para ouvir boa música, respirar ar mais puro, conhecer novos lugares da minha cidade, pensar sobre a vida, sobre a minha vida. A corrida tem sido capaz de informar o meu cérebro sobre a minha capacidade de encarar limites, de planejar e executar novos desafios, minha capacidade de automotivação, foco, etc.

Os ganhos são também extermos. Tenho conhecido pessoas novas e pessoas que já conhecia, mas que descobri um novo vínculo. Pessoas que também tem buscado melhorar sua saúde correndo. Essa interação faz com que sejamos capazes de um tipo de motivação coletiva, que faz com que todos acompanhem todos e, assim, se motivem mutuamente. Nas competições, o que menos há é competição, mas uma grande confraternização, em que a saúde, o bem-estar físico e psíquico, a alegria de praticar um esporte e a troca de experiências é o centro de tudo.

Além disso tudo, tenho certeza que esse meu novo comportamento terá, um dia, impacto sobre as ações da minha filha e do modo que ela irá encarar o esporte e a sua saúde. Só isso pra mim já é uma enorme motivação para continuar em frente.

Inclusive já criamos uma equipe de corrida que se chama "Run Forrest Run", em que qualquer semelhança com a personagem cinematrográfica não é mera casualidade, mas isso é um assunto para outro post, assim que o http://www.runforrestrun.com.br/ esteja a pleno vapor.

E vocês, pensam o quê disso tudo?

Amor de filho, amor divino

24 fevereiro 2012

Ontem eu estava no sofá com a Mariana assistindo um desenho qualquer. Eis que ela me olha e diz: pai, eu te amo muito mais do que tu me ama. Vejam que ela não disse isso em tom de cobrança ou decepção, mas simplesmente por querer demonstrar o quão grande é o seu amor por mim. Na hora não tive muita reação a não ser dizer que também a amava muito. Depois, enquanto trabalhava, pensava sobre aquilo. Cheguei a conclusão que realmente a Mariana tem razão. Não que o meu amor por ela seja menor, seja pequeno, mas realmente o amor infantil pelos pais talvez seja a forma de amor humano que mais se aproxima do amor divino.

Tenho pra mim que nascemos com a condição de amar plenamente, amar esse amor irrestrito, desinteressado, pleno, ou seja, um amor tão humano que se assemelha ao divino. Esse amor é manifestado mais fortemente em relação aos nossos pais quando ainda somos crianças pequenas. Porém, aos poucos, vamos agregando experiências que vão nos afastando desse jeito de amar. Aprendemos outros "amores" que nos divorciam desse amor primeiro. "Amamos" o dinheiro, os bens materiais, conhecemos a vaidade, o egoísmo, os preconceitos, etc. Tudo isso vai aos poucos nos afastando daquele amor essencial que trazemos gravado em nós por Deus desde a nossa concepção (ou antes, não sei. Deus sabe).

A boa notícia é que o amor essencial não morre. Ele é tão poderoso que os outros "amores" não são capazes de destruí-lo ou mesmo substituí-lo. Ele está latente em cada um de nós. Aguarda ansiosamente o momento de vir a tona e ser capaz de manifestar-se em sua plenitude. Como fazê-lo? Quem sabe cumprindo aquilo que diz a música? Esse trecho da música Deus me ama da Ziza eu já trancrevi várias vezes aqui no blog e não vou me cansar de citá-lo quantas vezes for necessário, já que cada vez que o transcrevo, o pronuncio e então o ouço também. Diz assim: há esperança para quem quer buscar / Amor verdadeiro é querer amar. Portanto, façamos a experiência de querer amar e deixemos que aquele amor infantil que está gravado em nós se manifeste em nossas vidas.

O diálogo em extinção

14 fevereiro 2012

Fico pensando por qual motivo as pessoas têm deixado de lado o diálogo, o debate, a discussão de ideias, a argumentação, a conversa. Tenho visto que as pessoas tem se relacionado com os outros através do "curtir" ou de míseros 140 caracteres. Isso basta? Creio que não.

Como é possível discutir ideias, argumentar, debater, compreender o que o outro diz, fazer-se compreender, dessa forma? Pra mim é impensável o relacionamento humano sem o olhar, sem o toque e sem a palavra. É na palavra que conseguimos infundir a nossa intenção. A ideia precisa das demoras do debate, do argumento, da discussão. Os relacionamentos também são assim. Como construir uma amizade sem o debate? Sem ser capaz de dizer ao outro como o vejo, o que me faz bem e o que me faz mal? Vivemos a era da amizade efêmera, uma tipo de amizade líquida, aproveitando a ideia de Bauman. Nada é feito para durar, tudo é efêmero, tudo é breve, inclusive os argumentos.

A questão é que na liquidez das amizades, realmente tudo parece mais fácil. Tenho tempo de pensar na resposta. Posso dizer qualquer coisa, pois não tenho o compromisso do olhar. Posso simplesmente deixar pra lá e não dizer mais nada, afinal, a conexão caiu. Porém, não nos enganemos, pois na liquidez do diálogo, a solidez das amizades desaparece e as amizades duradouras se acabam por vaidades bobas. Se não sou capaz de questinar meu amigo sobre suas atitudes, sobre supostas coisas que disse e que me machucaram, abraça-lo nas conquistas, chorar junto dele nas derrotas, não sou capaz de vivenciar um relacionamento realmente maduro e duradouro. O que me interessa, nesse caso, não é me relacionar com o outro, mas que o outro seja capaz de satisfazer as minhas necessidades. Se não há diálogo, não há argumento, não há confronto, não existe amizade sólida. Só existe espaço para o amor líquido, que rapidamente escore entre os dedos e se acaba.

Será que não é importante pensarmos nisso?

Felicidade é decisão

30 janeiro 2012



Neste sábado eu e a Clarissa estávamos a caminho de Cidreira (praia do litoral norte gaúcho), para buscar a Mariana que havia passado a semana por lá  com seus avós. Vínhamos escutando música. Tocava um CD de músicas que me remetiam à minha infância, mais especificamente uma certa adoração que eu tinha por Kleiton e Kledir. Quando estava tocando a música Insônia, percebi uma frase que me chamou atenção de uma maneira diferente do que outras vezes que escutei essa música. Ela diz: a felicidade, apesar de tudo, é o que a gente inventou. 

Essa frase me fez pensar durante todo o final de semana. Eu ando meio quieto, pensativo, planejando um futuro ainda incerto, tentando me acertar com os desacertos que tenho com o tempo, conciliando meus desejos, minhas angústias, minha ansiedade em apressar meu processo de vida. 

Essa frase veio me fazer parar e pensar, afinal, o que é felicidade? O que busco como felicidade? Pensando em quê (que felicidade) o meu planejamento de vida vem sendo construído? 

A felicidade é exatamente o que a frase da música diz. Apesar de todos os desafios e dificuldades que a vida nos impõe, somos capazes de inventar a própria felicidade. A felicidade nada mais é do que a decisão de ser feliz. Como diz aquela outra música: felicidade não é um lugar onde se chega, mas a forma como se vai

É isso! A felicidade não é um objetivo futuro. Não está em um dia distante. Não serei feliz depois de conquistar isso ou aquilo. A felicidade está no processo de ir. Sou feliz no caminho, não no destino. 

É assim que pretendo viver daqui pra frente. Não quero ficar me maltratando, jogando um futuro feliz para sei lá quando. Quero viver minha felicidade a partir do próximo passo. Não quero fazer o que não é necessário e não me dá prazer, apenas para satisfazer algo que nem mesmo sei o porquê faço. Não sei bem se serei capaz de tudo isso, mas o que interessa não é saber se posso chegar lá e sim a forma da caminhada.

Um segredo entre nós

12 janeiro 2012


Hoje assisti a um filme que me fez pensar muito. O título do filme é: Um segredo entre nós. Peguei na locadora sem nenhuma pretensão. Na verdade a única motivação que tive foi o fato de ter no elenco a Julia Roberts, um fato que, por si só, já faz a Clarissa assistir qualquer filme. Por isso o trouxe pra casa.
Feliz surpresa, pois esse filme trouxe muitas reflexões importantes. O filme basicamente trata da relação pai-filho-mãe. (Já aviso que vou contar o filme. Desculpe, mas é necessário para a reflexão) Um filho que ao longo de sua infância, aprendeu a odiar seu pai, por suas atitudes, e de amar a sua mãe, por ser sua proteção, seu conforto. Eis que a vida avança e (pelo que parece, pois não é mostrado no filme) o filho já adulto volta à cidade de seus pais para a formatura da sua mãe. No caminho, o carro em que estavam seu pai e sua mãe bate em um poste e sua mãe morre. A partir daquele momento que o filme começa a dizer o que deve ser dito. É o momento em que pai e filho são confrontados com seus monstros, suas lembranças. Aos poucos, vamos presenciando a escolha do perdão em detrimento do ódio. Vamos presenciando pai e filho e seu processo interno de cura, de aceitação. Processo de possuir-se, de tomar posse do que são, partindo no caminho do perdão. Em um dado momento, o filho pergunta ao pai: sempre fomos assim?, como que suplicando ao pai um fio de esperança e de amor em sua relação. Padre Fábio de Melo escreveu que o ódio é um sentimento cansativo, pois gera peso para a mente que o administra. Claramente se percebe esse cansaço naquele filho. Meu compadre escreveu em sua música: o ódio que se guarda vai matando só quem sente. De outra parte, diz o Padre Fábio: o perdão consiste numa reconciliação amorosa com os fatos e pessoas que nos machucaram. O motor que o move é o amor, e certamente foi no amor do filho pelo pai e do pai pelo filho que o perdão teve espaço para nascer, servindo como adubo para o amor florescer novamente nos seus corações.
Com esse filme aprendi que não há tempo para o amor e para o perdão. Sempre é tempo de abrirmos espaço para que nos visitem. Sempre é tempo para tomarmos a decisão do perdão, da reconciliação, do amor. O ódio pode até nos confortar por um tempo, pode se manifestar através da vingança, mas isso não faz restituir o que já foi perdido, não faz sarar as feridas, nem desaparecer as cicatrizes. Só há uma coisa capaz de devolver a paz que constroi a felicidade: o amor, que nesse caso é fruto de uma semente chamada perdão.