Um segredo entre nós

12 janeiro 2012


Hoje assisti a um filme que me fez pensar muito. O título do filme é: Um segredo entre nós. Peguei na locadora sem nenhuma pretensão. Na verdade a única motivação que tive foi o fato de ter no elenco a Julia Roberts, um fato que, por si só, já faz a Clarissa assistir qualquer filme. Por isso o trouxe pra casa.
Feliz surpresa, pois esse filme trouxe muitas reflexões importantes. O filme basicamente trata da relação pai-filho-mãe. (Já aviso que vou contar o filme. Desculpe, mas é necessário para a reflexão) Um filho que ao longo de sua infância, aprendeu a odiar seu pai, por suas atitudes, e de amar a sua mãe, por ser sua proteção, seu conforto. Eis que a vida avança e (pelo que parece, pois não é mostrado no filme) o filho já adulto volta à cidade de seus pais para a formatura da sua mãe. No caminho, o carro em que estavam seu pai e sua mãe bate em um poste e sua mãe morre. A partir daquele momento que o filme começa a dizer o que deve ser dito. É o momento em que pai e filho são confrontados com seus monstros, suas lembranças. Aos poucos, vamos presenciando a escolha do perdão em detrimento do ódio. Vamos presenciando pai e filho e seu processo interno de cura, de aceitação. Processo de possuir-se, de tomar posse do que são, partindo no caminho do perdão. Em um dado momento, o filho pergunta ao pai: sempre fomos assim?, como que suplicando ao pai um fio de esperança e de amor em sua relação. Padre Fábio de Melo escreveu que o ódio é um sentimento cansativo, pois gera peso para a mente que o administra. Claramente se percebe esse cansaço naquele filho. Meu compadre escreveu em sua música: o ódio que se guarda vai matando só quem sente. De outra parte, diz o Padre Fábio: o perdão consiste numa reconciliação amorosa com os fatos e pessoas que nos machucaram. O motor que o move é o amor, e certamente foi no amor do filho pelo pai e do pai pelo filho que o perdão teve espaço para nascer, servindo como adubo para o amor florescer novamente nos seus corações.
Com esse filme aprendi que não há tempo para o amor e para o perdão. Sempre é tempo de abrirmos espaço para que nos visitem. Sempre é tempo para tomarmos a decisão do perdão, da reconciliação, do amor. O ódio pode até nos confortar por um tempo, pode se manifestar através da vingança, mas isso não faz restituir o que já foi perdido, não faz sarar as feridas, nem desaparecer as cicatrizes. Só há uma coisa capaz de devolver a paz que constroi a felicidade: o amor, que nesse caso é fruto de uma semente chamada perdão.

2 Comente aqui:

Patricia disse...
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Felipe Colvara disse...

Patrícia, que legal saber um pouquinho da tua história. Obrigado por partilha-la comigo. O Padre Fábio tem mesmo frases muito inspiradas. Gosto sempre de lembrar de algumas. Abraço!