Advento - O que espero?

30 novembro 2010

Amigos

Os cristão estão vivento o tempo do Advento. Não sou um profundo conhecedor do tema, longe disso (portanto, me corrijam se falar besteira), mas sei que o advento marca o início do Ano Litúrgico para a igreja católica.

Advento, significa vinda, chegada. É essa expectativa da chegada de Cristo que celebramos nesse tempo. Percebam que não se trata de um Cristo que "veio" e nem um Cristo que "virá", mas um Cristo que "vem", no presente, todo dia. Deus é atual, é presente, Ele vem, Ele chega. Essa vinda é contínua, está ocorrendo agora. Deus quer vir nos encontrar e viver no meio de nós e quer permanecer em nós.

Se Deus vem, se Deus quer vir e me encontrar, eu pergunto: o que espero? Afinal, o que desejo, o que espero? O tempo de advento sem dúvida é um tempo de conversão, um tempo de buscar o encontro com esse Deus que vem até nós, que nos ama e que não desiste de cada um de nós. O advento é o tempo de penguntar, afinal, o que espero, de renunciar os caminhos que me desviam durante a jornada, que me tiram o foco do que realmente espero, que é Deus, que é um mundo de paz, um mundo de amor, de fraternidade, de justiça.

Para terminar deixo as palavras do Papa Bento XVI no último domingo, quando pedia aos fiés que aprendessem com Maria a viver os gestos cotidianos com um espírito novo, com o sentimento de uma expectativa profunda, que somente a vinda do Senhor pode preencher.

E você, o que espera?

I Acamps Casais de Porto Alegre

16 novembro 2010

Amigos,

Neste feriado eu e a Clarissa resolvemos nos permitir um (re)encontro com cada um e de nós dois com o nosso casamento. Foi isso que pra nós dois significou o acampamento: REENCONTRO. Foram vários os nossos reencontros, desde o pisar novamente na Fazenda Chaleira Preta, rever os amigos envolvidos com a obra, mas, o mais importante, tivemos a oportunidade de nos reencontrarmos com nossas próprias vidas individualmente e com nossa vida como casal. Tivemos a chance de nos confrontar com a nossa vida como casal, a nossa história de vida como casal.

De fato, foi um verdadeiro reencontro de fé, de amor conjugal, de significações, de objetivos. Aprendemos muito através do exemplo de outros casais que também estavam ali se permitindo entender, se permitindo partilhar, se permitindo viver cada etapa, cada momento.

Foram três dias de muitos "REs": reencontros; redescobertas, reavaliações; replanejamentos; retomadas; reversões; reafirmações. Aprendemos muito com a experiência de outros casais, mas, principalmente, aprendemos muito com a nossa própria experiência. Creio que aprendemos que as nossas vivências já não fazem mais sentido de ser analisadas apenas individualmente, apenas sob o ponto de vista meu ou dela. As nossas experiências e suas significações, seus efeitos na nossa vida e daqueles que nos cercam, só têm valor, só são de fato verdadeiras se forem soma, se forem unidade, se forem compartilhadas. Nossas vidas, nossos anseios, nossos objetivos e nossas realizações devem acontecer em uníssono. Na nossa vida de casal não há mais espaço para obejtivos antagônicos, realizações divergentes, caminhos paralelos ou opostos. O caminho a ser trilhado deve ser um só e devemos caminhar por ele de mãos dadas e com os olhos sempre voltados para Deus. Essa sem dúvida é a nossa receita da felicidade.

Gostaríamos de, através deste "post", agradecer a essas pessoas iluminadas, determinadas, desprendidas, amorosas, que fazem parte da equipe do acamps, que também deixaram suas famílias para estarem junto de nós, para viver conosco todas essas alegrias. Obrigado pelo carinho, pelo cuidado e pelo amor a nós oferecido.

P.S.: Hoje não assinarei sozinho. Hoje assino o "post" junto com o meu amor, com essa pessoa maravilhosa que vive a tanto tempo do meu lado (palavras de afirmação... hehehe).

Zuzu e Cla

"Santidade não é ser estranho; é ser humano, é ser feliz"

01 novembro 2010



De setembro pra cá, fiz dois shows com o meu compadre Grecco. Um bem light, na livraria nova, e outro mais encorpado no último sábado em Gravataí. Me chamou a atenção que nos dois shows o Grecco falou de santidade ao introduzir a música "Reina Sobre Mim". Interessante que ele falou coisas diferentes em cada um dos shows, mas sempre trazendo um sentido para o termo "santidade", que achei que valia a pena refletir aqui no blog.

Depois do que o Grecco falou, fui pesquisar um pouquinho, buscar as palavras do Pe Fabio de Melo, referidas por ele no show, pesquisar sobre a vida de Chiara Luce Badano, também referida por ele, assim como buscar também minhas impressões sobre o assuntos e tudo aquilo que me lembro ter ouvido sobre isso.

Lembro que sempre que ouvia falar em santidade ficava muito incomodado, pois a santidade pra mim sempre foi algo muito distante, meio impossível. Não conseguia enxergar pessoas como eu na condição de santos. Quando pensamos em santidade pensamos logo em perfeição. Não é isso? Eu pelo menos pensava assim. De fato, Jesus nos chama a sermos santos, mas para sermos santos não é preciso ser perfeito. Perfeito é algo já acabado, finalizado, que não precisa mais ser mudado. Esse conceito não fecha muito com a própria condição humana, que é exatamente caracterizada pela imperfeição, pela falibilidade. Foi aí que, no dia do show de lançamento do CD do Grecco, em que eu estava lá na Canção Nova com ele, escutei uma frase dita pelo Pe Fabio de Melo, mais ou menos assim: Santidade não é ser estranho; é ser humano, é ser feliz. Foi então que a idéia começou a "bater" diferente na minha cabeça. Se santidade é ser humano, não pode ser perfeição. Então, foi ficando claro, como bem disse o Grecco no show de sábado, que santidade é processo, santidade é testemunho, santidade é caminho diário, cotidiano, de conversão. Sim, santidade é processo de transformação do coração do homem para ser semelhante a Jesus. Santidade não é um fim em si mesmo, ninguém busca (ou não deveria buscar) a santidade apenas para ser santo. A santidade é o meio de voltarmos a ser imagem e semelhança de Deus. É um processo de evolução contínua, é ter consciência da própria fragilidade. Viver a santidade é trabalhar o que é frágil em nós, buscando ser melhor. O próprio processo da melhoria já é a vivência da santidade. O Felipe Aquino escreveu que nos santificamos pelos sofrimentos, pela vivência familiar como pais e filhos cumpridores de nossa missão; pelo trabalho realizado com amor. Ou seja, o processo de santidade é um processo de humanização, para ser mais santo é preciso ser mais humano.

Essa ideia traz outras transformações também muito interessantes em razão daqueles conceitos que tínhamos anteriormente sobre santidade. É só ver o que diz o Papa Bento XVI: ser santo é tarefa de todo cristão, de todo homem. Ou seja, a santidade é vocação universal. A santidade é para todos e não apenas para alguns "eleitos". A santidade como vocação do homem. O Papa João Paulo II também já havia se manifestado sobre isso: não tenhais medo da santidade, porque nela consiste a plena realização de toda a autêntica aspiração do coração humano.

Tudo bem, até aí tudo bem, mas, afinal, como fazer para viver esse processo, como afinal seremos santos? É simples, viver a santidade é viver a radicalidade do amor. Vejam que muitos confundem a palavra "radical" com exagero. Ser radical não significa ser exagerado, ser radical significa estar ligado à raiz, ou seja, é ser coerente. Para os cristãos, a raiz é Cristo, portanto, ser radical significa estar ligado a Cristo, seguir seus ensinamentos. É preciso a atitude de amor. É preciso amar ao próximo, mover-se em direção ao próximo. O ser humano não nasceu para ser sozinho, nasceu para partilhar, nasceu para amar, nasceu para ser feliz. Para quem viu o filme Na Natureza Selvagem (o qual já foi objeto de reflexão nesse blog), vai lembrar da frase que resume o filme: a felicidade só é verdadeira quando compartilhada. Portanto, santidade também é mover-se em direção ao outro, em direção ao amor e à felicidade.

É disso que trata a frase do Pe Fabio de Melo referida no início do texto. Não precisamos nos afastar do mundo para sermos santos, não precisamos deixar de fazer o que fazíamos para sermos santos, pelo contrário, precisamos é buscar a santidade naquilo que fazemos, no nosso trabalho, no nosso estudo, na nossa vida familiar, com nossos amigos. É a vivência humana e cotidiana, o caminho diário de conversão que me leva a verdadeiramente viver a santidade.

O que vocês pensam sobre isso?