Felicidade é decisão

30 janeiro 2012



Neste sábado eu e a Clarissa estávamos a caminho de Cidreira (praia do litoral norte gaúcho), para buscar a Mariana que havia passado a semana por lá  com seus avós. Vínhamos escutando música. Tocava um CD de músicas que me remetiam à minha infância, mais especificamente uma certa adoração que eu tinha por Kleiton e Kledir. Quando estava tocando a música Insônia, percebi uma frase que me chamou atenção de uma maneira diferente do que outras vezes que escutei essa música. Ela diz: a felicidade, apesar de tudo, é o que a gente inventou. 

Essa frase me fez pensar durante todo o final de semana. Eu ando meio quieto, pensativo, planejando um futuro ainda incerto, tentando me acertar com os desacertos que tenho com o tempo, conciliando meus desejos, minhas angústias, minha ansiedade em apressar meu processo de vida. 

Essa frase veio me fazer parar e pensar, afinal, o que é felicidade? O que busco como felicidade? Pensando em quê (que felicidade) o meu planejamento de vida vem sendo construído? 

A felicidade é exatamente o que a frase da música diz. Apesar de todos os desafios e dificuldades que a vida nos impõe, somos capazes de inventar a própria felicidade. A felicidade nada mais é do que a decisão de ser feliz. Como diz aquela outra música: felicidade não é um lugar onde se chega, mas a forma como se vai

É isso! A felicidade não é um objetivo futuro. Não está em um dia distante. Não serei feliz depois de conquistar isso ou aquilo. A felicidade está no processo de ir. Sou feliz no caminho, não no destino. 

É assim que pretendo viver daqui pra frente. Não quero ficar me maltratando, jogando um futuro feliz para sei lá quando. Quero viver minha felicidade a partir do próximo passo. Não quero fazer o que não é necessário e não me dá prazer, apenas para satisfazer algo que nem mesmo sei o porquê faço. Não sei bem se serei capaz de tudo isso, mas o que interessa não é saber se posso chegar lá e sim a forma da caminhada.

Um segredo entre nós

12 janeiro 2012


Hoje assisti a um filme que me fez pensar muito. O título do filme é: Um segredo entre nós. Peguei na locadora sem nenhuma pretensão. Na verdade a única motivação que tive foi o fato de ter no elenco a Julia Roberts, um fato que, por si só, já faz a Clarissa assistir qualquer filme. Por isso o trouxe pra casa.
Feliz surpresa, pois esse filme trouxe muitas reflexões importantes. O filme basicamente trata da relação pai-filho-mãe. (Já aviso que vou contar o filme. Desculpe, mas é necessário para a reflexão) Um filho que ao longo de sua infância, aprendeu a odiar seu pai, por suas atitudes, e de amar a sua mãe, por ser sua proteção, seu conforto. Eis que a vida avança e (pelo que parece, pois não é mostrado no filme) o filho já adulto volta à cidade de seus pais para a formatura da sua mãe. No caminho, o carro em que estavam seu pai e sua mãe bate em um poste e sua mãe morre. A partir daquele momento que o filme começa a dizer o que deve ser dito. É o momento em que pai e filho são confrontados com seus monstros, suas lembranças. Aos poucos, vamos presenciando a escolha do perdão em detrimento do ódio. Vamos presenciando pai e filho e seu processo interno de cura, de aceitação. Processo de possuir-se, de tomar posse do que são, partindo no caminho do perdão. Em um dado momento, o filho pergunta ao pai: sempre fomos assim?, como que suplicando ao pai um fio de esperança e de amor em sua relação. Padre Fábio de Melo escreveu que o ódio é um sentimento cansativo, pois gera peso para a mente que o administra. Claramente se percebe esse cansaço naquele filho. Meu compadre escreveu em sua música: o ódio que se guarda vai matando só quem sente. De outra parte, diz o Padre Fábio: o perdão consiste numa reconciliação amorosa com os fatos e pessoas que nos machucaram. O motor que o move é o amor, e certamente foi no amor do filho pelo pai e do pai pelo filho que o perdão teve espaço para nascer, servindo como adubo para o amor florescer novamente nos seus corações.
Com esse filme aprendi que não há tempo para o amor e para o perdão. Sempre é tempo de abrirmos espaço para que nos visitem. Sempre é tempo para tomarmos a decisão do perdão, da reconciliação, do amor. O ódio pode até nos confortar por um tempo, pode se manifestar através da vingança, mas isso não faz restituir o que já foi perdido, não faz sarar as feridas, nem desaparecer as cicatrizes. Só há uma coisa capaz de devolver a paz que constroi a felicidade: o amor, que nesse caso é fruto de uma semente chamada perdão.