As crianças e a sua imensa capacidade de congregar

28 abril 2010



É incrível do que são capazes essas pequenas criaturas. As crianças tem dentro de si essa imensa capacidade de congregar. A partilha é como um impulso de sobrevivência das crianças. Tenho a impressão que essa conduta realmente aponta para o fato de que nascemos para compartilhar e aí lembro da frase deixada pelo jovem Christopher McCandless, que morreu sozinho no Alasca, cuja história é brilhantemente retratada no filme Na Natureza Selvagem: "A felicidade só é verdadeira se for compartilhada".

As crianças da escola da Mariana acabaram pregando uma peça em nós, pais. Um dos colegas, o Felipe, a muito tempo convidava, na hora da saída da escola, todos os colegas para comer pizza na casa dele. Era um convite insistente pra todos os colegas e também para os pais. Aos poucos ficou claro que teríamos que nos reunir para comer pizza na casa do Felipe. Pois bem, isso aconteceu no dia 24/04/2010. Foi um dia festivo. As crianças se divertiram e montaram cada um a sua própria pizza para depois comermos, todos juntos: pais, colegas, irmãos dos colegas, professoras e suas famílias. Todos juntos, reunidos como se reunem as famílias nos domingos.

Engraçado as lições que recebemos desses pequeninos. Imaginem que estávamos todos lá. Um bando de pessoas que provavelmente nunca iriam se conhecer. Cada um diferente do outro. Cada um vivendo a sua vida, com suas famílias, com seus trabalhos. Vivendo vidas muito diferentes, com interesses muito diferentes.

Pois bem, ali naquele momento, algumas pessoas que nunca haviam trocado nem mesmo uma palavra estavam reunidas em comunhão, em harmonia, ligados pelos laços trançados por seus filhos. Crianças de dois anos de idade ensinando seus pais que o amor humano não depende de outra coisa a não ser o fato de sermos seres humanos. Não importa o nome que temos, a profissão que atuamos, a fé que professamos, os bens que acumulamos. Nada disso importa pela perspectiva do amor. Amar não depende do que temos. Para o amor só importa o que somos.

Obrigado a vocês crianças: Felipe, Mariana, Betina, Gigi, Vitor, Pedro, Carol, Murilo, Renan. Obrigado por nos ensinar a simplicidade e a beleza do amor.

Por que as crianças não têm direito à música boa?

13 abril 2010



Engraçado! Eu e a Clarissa estávamos, ontem, comentando como as crianças de hoje têm dificuldade de ouvir música infantil de boa qualidade. Não há mais música infantil de boa qualidade sendo feita nesse país, pelo menos não tem nenhum tipo de apelo de mídia.

Lembro que tínhamos essa obra prima do Chico Buarque que coloco a capa do LP aí em cima: "Os Saltimbancos". Uma história fascinante de quatro animais maltratados e desprezados por seus donos, que resolveram se unir e ir pra cidade grande formar uma banda. As músicas são maravilhosas: "au, au, au, iaicó. Miau, miau, miau, cocorocó. O animal é tão bacana. Mas também não é nenhum banana". Lenbram disso?

Lembro dos LPs da "Arca de Noé" do Vinicius de Moraes. "Casa de Brinquedos" do Toquinho. Existiam grupos de crianças cantando músicas para crianças, vejam só: Balão Mágico, Trem da Alegria. Era muito farta e de qualidade a produção musical para o público infantil.

Não sei bem o que houve, mas me parece que de repente alguém resolveu que criança não precisava de música inteligente, de poesia. Qualquer coisa valia. Qualquer porcaria. Tivemos por aí que aguentar a voz insuportável de "rainha" dos baixinhos e suas ajudantes "gostosas" que também não cantavam nada. Angélicas, Maras Maravilhas, etc.

Hoje em dia está muito complicado. Temos aqui no Rio Grande do Sul o Beto Hermann com boa música. Tem o Palavra Cantada do Paulo Tatit e Sandra Peres que tem músicas geniais. Helio Zinskind e suas músicas bem brasileiras do Cocoricó, cantadas por galinhas bem caipiras que vivem em um pequeno sítio no interior do Brasil.

É que saudades da boa MIB - Música Infantil Brasileira! Vocês não sentem isso? Concordam? Lembram de mais alguma coisa interessante que não citei? Digam alguma coisa!!!

Mãos Talentosas

05 abril 2010



Neste final de semana veio até minhas mão um filme realmente encantador. Não é um filme excepcional por sua beleza cinematográfica. A beleza do filme, na verdade está naquilo que não é do filme. Quero dizer que o mais belo do filme não a ficção. O mais belo do filme é que a história que foi contada é uma história real, são pessoas reais e como me alegrou conhecer aquelas pessoas reais.

Sem dúvida alguma a história do Dr. Ben Carson, um grande neurocirurgião pediátrico, que com poucos anos de trabalho já tinha sido o primeiro médico a conseguir sucesso na cirurgia de separação de irmãos siameses unidos pelo crânio, é uma história por si só muito interessante e inspiradora. É claro que o fato de ser um cara humilde, simpático, carismático, mesmo depois de ser considerado o maior no seu ofício, deixa a sua história ainda mais bonita. Porém, a figura que mais me chamou atenção foi a mãe dele.

A mãe é realmente uma pessoa impressionante. Pobre, analfabeta, negra, abandonada pelo marido, mãe de dois filhos adolescentes. Ou seja, o cenário ideal para que essas crianças fossem marginalizadas, buscassem as drogas e quem sabe partissem para o crime. Não com essa mãe. Está certo que ela era analfabeta, mas não era burra. Incentivou sempre seus filhos a estudar a aprender. Ensinou-lhes a importância disso tudo. Foi firme quando preciso. Quando seu filho Ben estava mal na escola, soube prestar atenção nele e descobrir que seu problema era a falta de um óculos e não outra coisa.

O momento decisivo talvez tenha sido o dia que foi trabalhar em uma casa que tinha uma biblioteca enorme. Percebeu que a televisão estava escondida atrás de uma piha de livros e resolveu perguntar ao patrão se este tinha lido todos aqueles livros. Ele respondeu que quase todos. Ao chegar em casa, vendo seus filhos na frente da TV a desligou e deu-lhes a seguinte ordem: vocês perdem muito tempo na frente da TV. Daqui pra frente poderão ver apenas dois programas selecionados por semana e somente após terem feito o dever. Além disso terão que ir na biblioteca e ler dois livros por semana e apresentar um texto escrito sobre o que leu. Foi assim que os seus dois filhos começaram a ter gosto pela leitura e pelo aprendizado.

Duas frases daquela mãe me impressionaram muito. Ao encorajar seu filho que se imaginava inferior aos outros ela dizia mais ou menos assim: "você pode fazer tudo que os outros fazem, mas só você pode fazer melhor". A outra frase que dizia era também maravilhosa: "você tem o mundo inteiro dentro da sua cabeça, você só precisa enxergar além do que vê". Foi ouvindo essa frase que o Dr. Carson solucionou o problema que tinha para fazer a cirurgia dos siameses.

Vejam o filme e depois me contem alguma coisa.

O grande momento do cristianismo

01 abril 2010

Luís Felipe Colvara - 01/04/2010
Por esses dias em Jerusalém, Jesus reuniu seus amigos para a refeição. Sentaram para partilhar o pão, partilhar as palavras que soavam em seu coração. Antes de qualquer coisa, Ele, em silêncio, levantou-se, tomou uma bacia com água e uma toalha e um a um foi lavando-lhes os pés. Ensinou aos seus amigos sobre a humildade, ensinou-lhes que devemos cuidar dos nossos amigos, inclusive servindo-os.

Começaram a conversar, porém, era Jesus que falava mais, pois todos estavam admirados com suas palavras. Nem todas as palavras eram alegres. Houve um momento em que Jesus anunciou que alguém o trairia, dizendo para que ele os deixasse para que fizesse logo o que precisava fazer.

Em seguida todos levaram um susto, não entendiam bem o que Ele falava. Parecia ser um despedida, mas afinal para onde ele iria? Por que não podiam segui-lo? Estavam dispostos a dar a sua vida por Ele! Jesus então pediu que não se perturbassem. Disse-lhes que cressem em Deus e também Nele, pois Ele ia ao Pai, mas lá prepararia um lugar para todos os que o amassem e que voltaria para que fossem para a nova morada junto Dele. Ensinou-lhes que Ele é o caminho, a verdade e a vida. Ensinou-lhes que o caminho do Pai deveria ser percorrido através Dele, pois quem o conhecia também conhecia o Pai. Ensinou-lhes sobre a eternidade. Prometeu-lhes que não ficariam sozinhos, pois os enviaria o Espírito Santo, mas avisou-lhes que o caminho não seria fácil, pois o mundo provavelmente já os odiava, assim como odiava a Ele.

Em seguida, ensinou-lhes o seu grande mandamento: "amai-vos uns aos outros, como eu vos amo. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos".

Jesus lhes falava que em pouco tempo não o veriam mais, mas também em pouco tempo já o veriam novamente. Eles não entendiam muito bem algumas coisas que Ele dizia, mas aos poucos Jesus ia sendo mais claro e não os ensinava mais por comparações ou parábolas, mas lhes dizia as coisas abertamente para que quando acontecessem eles acreditassem.

Depois de dizer a seus amigos tantas outras coisas, levantou seus olhos aos céus e orou ao Pai. Pediu por si e rogou por seus amigos.

Após a refeição, Jesus foi com seus amigos para um jardim. Em pouco tempo chegaram os guardas com lanternas e tochas. Jesus não esperou que perguntassem e, como se já soubesse o que aconteceria, indagou a quem procuravam. Quando disseram que procuravam Jesus de Nazaré, respondeu que era ele a quem procuravam e que deixassem os outros irem embora. Conteve Pedro com sua espada e deixou que o levassem preso.

Levaram Jesus a Anás, Caifás e a Pilatos. Todos o interrogaram. Pilatos então, ao não encontrar crime algum em Jesus, mas, como era de costume na Páscoa, perguntou se os judeus queriam que o soltasse, porém, todos gritaram que preferiam que Barrabás fosse solto. Pilatos então mandou flagelar Jesus.

Foi então que Jesus sofreu na carne. Jesus foi castigado como talvez nenhum homem seria capaz de suportar. Jesus suportou em sua carne por cada um de nós. Ele recebia ali todo o sofrimento da humanidade, pois Ele escolheu suporta-lo por nós.

Jesus carregou a sua própria cruz para fora da cidade em direção ao calvário. Lá foi crucificado, junto com outros dois. Aos pés da cruz estava a sua mãe. Jesus tinha sede. Os soldados lhe deram vinagre em uma esponja.

Nesse momento, Jesus disse: "tudo está consumado". Jesus inclinou a sua cabeça e rendeu seu espírito.

José de Arimatéia, pedindo autorização a Pilatos, tirou Jesus da cruz e envolveu-o em panos com os aromas de uma mistura de mirra e aloés, como os judeus costumavam sepultar. Depositaram o seu corpo em um sepulcro novo em um jardim que havia por ali.

No domingo, Maria Madalena foi ao sepulcro, viu a pedra que o fechava removida. Foi logo dizer a Pedro que haviam tirado Jesus de lá. Pedro e outro de seus amigos correram para o sepulcro. Ao chegar lá viram os panos no chão. Viram também o sudário que estava sobre a cabeça de Jesus. Não estava com os panos, mas enrolado em um canto. Eles ainda não haviam entendido bem que se tratava da ressurreição de Jesus e voltaram para suas casas. Maria continuava por ali, chorando fora do túmulo. Então ela resolveu entrar e enxergou dois anjos que perguntaram por que ela chorava. Disse-lhes que era porque tinham levado Jesus. Então, ela viu Jesus de pé, mas não o reconheceu, imaginando que talvez fosse o jardineiro. Inclusive implorou a ele que dissesse pra onde tinham levado Jesus para que fosse busca-lo. Jesus falou com ela e ela o reconheceu. Então Jesus mandou que ela fosse contar aos seus amigos.

Os amigos de Jesus tinham muito medo dos judeus, e por isso estavam todos trancados em uma casa. Jesus então veio até eles dizendo: "A paz esteja convosco". Seus amigos se alegraram ao vê-lo. Então Jesus disse: "Como o pai me enviou, assim também eu vos envio a vós". Depois, soprou sobre eles dizendo: "recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; aqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos".

Essa história aconteceu realmente a mais de dois mil anos. Talvez não exatamente como descrevi, mas o que importa é que nessa Páscoa, reconheçamos que Jesus morreu na cruz por nós, para nos salvar, para redimir os nossos pecados. Morreu na cruz por amor a cada um de nós especialmente. Jesus se entregou na cruz por amor. Mas não foi só isso. Não acabou por aí. Jesus venceu a morte. Jesus ressuscitou e está ao nosso lado, vivo, preparando a nossa morada para a vida eterna. Esse é o grande momento da humanidade, pois Jesus se fez homem como nós, viveu ao nosso lado, sentiu como homem, sofreu como homem. Jesus quis estar conosco e se fazer homem como nós e viver ao nosso lado para mostrar a nós quão grande é o seu amor por cada um. Ele foi capaz de entregar sua vida por mim, por ti e por todos. Jesus venceu a morte.

"O ressuscitado vive entre nós, amém, aleluia!"