Amor de filho, amor divino

24 fevereiro 2012

Ontem eu estava no sofá com a Mariana assistindo um desenho qualquer. Eis que ela me olha e diz: pai, eu te amo muito mais do que tu me ama. Vejam que ela não disse isso em tom de cobrança ou decepção, mas simplesmente por querer demonstrar o quão grande é o seu amor por mim. Na hora não tive muita reação a não ser dizer que também a amava muito. Depois, enquanto trabalhava, pensava sobre aquilo. Cheguei a conclusão que realmente a Mariana tem razão. Não que o meu amor por ela seja menor, seja pequeno, mas realmente o amor infantil pelos pais talvez seja a forma de amor humano que mais se aproxima do amor divino.

Tenho pra mim que nascemos com a condição de amar plenamente, amar esse amor irrestrito, desinteressado, pleno, ou seja, um amor tão humano que se assemelha ao divino. Esse amor é manifestado mais fortemente em relação aos nossos pais quando ainda somos crianças pequenas. Porém, aos poucos, vamos agregando experiências que vão nos afastando desse jeito de amar. Aprendemos outros "amores" que nos divorciam desse amor primeiro. "Amamos" o dinheiro, os bens materiais, conhecemos a vaidade, o egoísmo, os preconceitos, etc. Tudo isso vai aos poucos nos afastando daquele amor essencial que trazemos gravado em nós por Deus desde a nossa concepção (ou antes, não sei. Deus sabe).

A boa notícia é que o amor essencial não morre. Ele é tão poderoso que os outros "amores" não são capazes de destruí-lo ou mesmo substituí-lo. Ele está latente em cada um de nós. Aguarda ansiosamente o momento de vir a tona e ser capaz de manifestar-se em sua plenitude. Como fazê-lo? Quem sabe cumprindo aquilo que diz a música? Esse trecho da música Deus me ama da Ziza eu já trancrevi várias vezes aqui no blog e não vou me cansar de citá-lo quantas vezes for necessário, já que cada vez que o transcrevo, o pronuncio e então o ouço também. Diz assim: há esperança para quem quer buscar / Amor verdadeiro é querer amar. Portanto, façamos a experiência de querer amar e deixemos que aquele amor infantil que está gravado em nós se manifeste em nossas vidas.

4 Comente aqui:

Camile disse...

Nossa! Lembrei direitinho desse amor que eu sentia pela minha mãe quando eu era pequena...É um amor que parece que não cabe na gente.

John Soprana disse...

Mas é bom demais ouvir a voz e ver no olho: "te amo pai"... é bom demais!

Maria FERNANDA disse...

O amor é o sentimento mais lindo, mais complexo e mais difícil ... as vezes pensamos que amamos, mas o verdadeiro amor é puro, sem egoismo ... não pude deixar de lembrar da bela canção de Renato Russo, onde , numa noite em um hotel, ele abriu a gaveta do criado mudo e encontrou a Biblio e lendo Conrintios 13, ele escreveu Monte Castelo...

"Ainda que eu falasse a lngua dos homens
E falasse a lngua dos anjos
Sem amor eu nada seria
s o amor, s amor
Que conhece o que verdade
O amor bom, no quer o mal
No sente inveja ou se envaidece
Amor fogo que arde sem se ver
ferida que di e no se sente
um contentamento descontente
dor que desatina sem doer
Ainda que eu falasse a lngua dos homens
E falasse a lngua dos anjos
Sem amor eu nada seria
um no querer mais que bem querer
solitrio andar por entre a gente
um no contentar-se de contente
cuidar que se ganha em se perder
um estar-se preso por vontade
servir a quem vence, o vencedor
um ter com quem nos mata a lealdade
To contrrio a si o mesmo amor
Estou acordado e todos dormem todos dormem todos dormem
Agora vejo em parte
Mas veremos face a face
s o amor, s amor
Que conhece o que verdade
Ainda que eu falasse a lngua dos homens
E falasse a lngua dos anjos
Sem amor eu nada seria"
Fernanda

Carlos Eugênio disse...

Parabéns Felipe este amor incondicional é verdadeiramente puro...!!!Bjo filho.