Reflexões para 2010

07 janeiro 2010

   Ultimamente tenho sentido muita vontade de escrever. Na verdade não penso em um assunto ou uma história. Tenho vontade de escrever basicamente sobre o que sinto, o que percebo do mundo em que vivo. Se der certo, e isso depende muito da participação e do número de leitores que terei, espero postar sempre que possível. Talvez não dê pra escrever todo dia, mas minha idéia é escrever muito.
    Já que inauguro o meu blog logo no início do ano, a minha primeira postagem será uma reflexão que escrevi no final do ano passado e que já encaminhei para vários amigos por e-mail.
   Participem!!!

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Amigos,

No final de ano, sempre dizem que devemos fazer um balanço do ano que está acabando e fazer proposições para o ano que virá. Eu nesses últimos dias tenho pensado sobre algumas coisas que gostaria de partilhar com vocês.

Talvez na contramão da história, penso que minha alegria está não na busca do produto mais sofisticado e cheio de tecnologia, mas na contemplação da matéria prima, no cultivo artesanal do solo sagrado em que semeio meus sentimentos.

Quero esperar sem pressa o desabrochar de cada pétala de amor que dali nascerá. Assim como nossos antepassados faziam, admirados com o milagre da vida, o florescer da semente e o nascer do sol a cada dia diferente e cheio de esplendor.

Não quero debates apressados sobre questões marginais. Nesses tempos em que vivemos, as pessoas, como disse Mário de Andrade, "não debatem conteúdos, apenas rótulos". Quero mergulhar na profundidade dos olhares, na beleza das texturas e das cores das vidas que encontrarei em meu caminho.

Quero acompanhar os passos ainda inseguros da Mariana bem mais de perto.

Não quero conduzi-la, quero que escreva a sua trajetória baseada em suas conquistas e suas derrotas, não nas minhas, mas quero estar sempre ali, pronto para estender a mão quando julgar necessário, para ampará-la em suas quedas, para afagar-lhe os cabelos, enxugar suas lágrimas, abraça-la afetuosamente quando de seus fracassos e dizer-lhe para nunca desistir de viver sua vida dando o seu melhor a cada dia e amando cada pessoa de coração aberto, livre de preconceitos e sem restrições. Que saiba que as pessoas em algum momento provavelmente a irão decepcionar, mas entendendo também, que isso faz parte de nossa condição de humanidade, que somos falíveis.

É preciso que sejamos capazes de identificar e compreender nossas fraquezas e entender que não nos tornamos menos belos por isso, pelo contrário, a beleza de nossa humanidade está exatamente em nos reconhecer limitados e ainda assim ter a capacidade de perdoar e de amar nosso semelhante que também não é perfeito.

Amar o que é perfeito é relativamente fácil. Difícil é reconhecer no outro aquilo que há de mais belo, a sua capacidade de amar, mesmo que esteja aparentemente escondida por suas falhas e seus defeitos.

Alguns certamente entenderiam isso como ingenuidade. Eu prefiro chamar de salvação.

Um feliz ano de 2010 a todos. Que seja um ano cheio de amor.

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