Meu (longo) cartão (pessoal) de Natal

08 dezembro 2011


Amigos, mais um ano que vai chegando ao seu fim. A proximidade do Natal sempre me põe a pensar sobre muita coisa. O aniversário de Cristo é pra mim como um estopim, que me faz reagir a todos os estímulos, sensações, sentimentos que fizeram parte do meu cotidiano, durante todo o ano que se passou. Costumo parar para pensar sobre as coisas que me afetaram durante o ano, tentar entendê-las, organizá-las em relação às minhas crenças e a forma pela qual eu encaro a minha vida. Creio sinceramente que esta é uma forma bastante eficaz de me colocar diante da vida e tentar colher dela tudo aquilo que talvez ainda esteja esparramado, deixado de lado, mas que se percebido com maior atenção, mostra-se fundamental no meu processo humano. Quem sabe isso não possa ser uma proposta interessante para esse final de ano? Quem sabe isso também possa ser importante na tua vida? Não sei, tente e veja no que vai dar.

Quem acompanha o meu blog talvez entenda um pouco essa minha inquietação em enteder as coisas que sinto. Esse ano foram muitas coisas vividas e tantos outros ensinamentos percebidos. Lembro que em um dado momento eu falava sobre sucesso. O que realmente significa sucesso. Hoje, ao refletir sobre o que passou no ano, inevitavelmente preciso me fazer essa pergunta. Fui um cara de sucesso? Como dizia naquele momento, creio que sim, pois o sucesso não está relacionado com o que tenho, com o quanto de dinheiro fui capaz de acumular, com a quantidade de tapinhas nas custas eu fui presenteado. O meu sucesso é a quantidade do que sou e não do que tenho. É a alegria no rosto da minha filha. É o olhar da minha esposa. É o abraço de meus amigos. O meu sucesso está intrinsecamente relacionado com o amor que sou capaz de oferecer e receber.

Esse ano aprendi muitas coisas com a minha filha. Aprendi com ela a enxergar além do feio e do bonito, aprendi com ela a enxergar a essência, a não ter medo do que me parece diferente, a ultrapassar a barreira da “pirmeira impressão”, pois, diferente do que sempre dizemos, creio que a primeira impressão não é a que fica, mas é a que desvela nossos preconceitos, é a que traz a tona tudo aquilo que aprendemos a diagnosticar entre bonito e feio. Por isso, creio que preciso fazer força para ultrapassar a primeira impressão e dispensar o juízo do feio e do belo para que, de fato, entenda a beleza da essência e da humanidade dos que me cercam. Aprendi a amar sem prestar atenção no que é periférico.

Esse ano conheci mais de perto pessoas diferentes. Diferentes de mim, de “mundos” diferentes dos quais eu costumava viver. Pessoas que compreendem a vida, a fé, o amor, a amizade, Deus, de outra forma que não necessariamente a mesma compreensão que tenho. Descobri que isso me fez aprender mais sobre mim, me fez crescer no entendimento de quem sou, de como sou e como percebo o mundo a minha volta. Através deles, fui capaz de compreender melhor minhas posições, solidificar minhas crenças, crescer na minha fé, me aproximar de Deus. Aprendi que há um verbo que tem muitos nomes, mas um só significado. O verbo AMAR. Uns o chamam de Deus, outros preferem nomea-lo de outras formas. Porém, o que importa de verdade é a vontade de viver esse verbo e de disseminar seu ensinamento para toda a humanidade. Agradeço a Deus por me mostrar isso.

Aprendi que estou ao lado de uma mulher de garra, de coragem e de capacidade, que talvez ainda não tenha plena consciência do que é capaz, mas que tenho confiança que um dia olhará para trás e verá o tamanho da importância que tem na minha vida e na vida de tanta gente que a cerca (e ela costuma andar sempre cercada de muitos), que a ama e que a admira.

Aprendi que ser pai é um processo diferente de qualquer outro, pois o seu desenrolar não depende apenas de mim e que o processo se desenvolve através de uma lente que não é a minha, que o mundo é percebido não pelos meus olhos e ouvidos e que isso tudo é a experiência mais bonita que um ser humano pode viver: a de acompanhar o desabrochar da flor, conhecendo cada passo, mas sendo surpreendido com a beleza do fruto, que, mesmo que diferente do imaginado, é ainda mais belo do que o desejado.

Que neste Natal estejamos prontos para deixar Jesus nascer em nossos corações.

2 Comente aqui:

Camile disse...

Felipe! Para nossa família é um privilégio ter vocês sempre perto.
Com certeza também aprendi e cresci muito com vocês e principalmente vi que é através dos amigos que conseguimos compreender melhor o que somos.
Achei incrível descobrir que opiniões divergentes podem nos fazer chegar ao "mesmo lugar".
Realmente o importante é viver o AMOR.

Um abraço!
Camile

Carlos Eugênio Colvara disse...

Parabéns, muito bonito e significativo,tenho muito orgulho de ti filho...hehehe...meu colega e amigo...!!! Bjo...