Tragédia no Rio

14 janeiro 2011

Eu estava aqui no meu quarto, estudando para um concurso e, por isso, um pouco fora do mundo, sem saber dos acontecimentos na região serrana do Rio de Janeiro. Pois bem, ontem resolvi parar para jantar e ligar a televisão no Jornal Nacional. Não fiz mais nada além de chorar. Hoje, novamente esperei a hora do JN para jantar e saber mais notícias. Eis que novamente mal pude engolir a comida, pois a minha vontade era de apenas chorar ao escutar as histórias daquelas criaturas que, segundo a edição do jornal, "estavam salvas".

Particularmente fiquei tocado com a história de um homem, que, dia-após-dia, faz o caminho de volta para onde ficava a sua casa, sozinho e em silêncio, na busca do corpo de sua filha morta. Fiquei imaginando que tipo de coisa passa na cabeça de um pai que todo o dia percorre o caminho do terrível encontro com o lugar devastado pela destruição e responsável pela morte de sua filha. Dia a dia este homem percorre a sua Via Crucis, do Pretório ao Calvário, subindo o monte da tristeza, carregando a cruz da perda do fruto e, quem sabe, na tentativa desesperada de compreender por qual motivo um pai é obrigado a vivenciar a morte da filha, o que no caso dele é ainda mais desesperador, já que nem mesmo tem a chance de poder enterra-la.

Nem sei mais o que eu ia escrever. Não sei mais o que escrever. Só o que posso fazer hoje é orar e chorar.

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